O Dispositivo Iintrauterino (DIU) é um método de contracepção não hormonal de longo prazo ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), porém pouco utilizado, devido as dificuldades de acesso, bem como falhas nas orientações e informações às mulheres sobre seu perfil para tal método. A inserção do DIU também pode ser realizada por enfermeiros qualificados e treinados da atenção básica, de acordo com Parecer 17/2010 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e a mais recente nota técnica de n°31/2023 do Ministério da Saúde (MS) que torna a ampliação do acesso e desburocratização ao método contraceptivo no planejamento reprodutivo. Assim, tem-se como objetivo verificar as evidências científicas reveladas por pesquisas relacionadas a inserção de DIU por enfermeiros na Atenção Primária a Saúde (APS) na perspectiva de identificar as principais barreiras para a realização do procedimento por esses profissionais. Trata-se de um estudo descritivo do tipo revisão integrativa da literatura. A coleta de dados ocorreu no mês de julho de 2023. Foi estabelecida a utilização dos descritores: “Enfermagem” AND “dispositivo intrauterino” AND “atenção básica”, nas seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Foram incluídos artigos completos, no idioma português, indexados nos referidos bancos de dados no período citado. Os critérios de exclusão para a amostra foram: dissertações, teses e pesquisas realizadas em outros países. Após utilizar os critérios de elegibilidade, 6 artigos foram selecionados e fizeram parte da revisão. Após análise dos artigos foram identificados que a inserção de DIU de cobre por enfermeiros ainda é uma prática escassa no Brasil. Foi também observado nos estudos que há uma limitação da atuação do enfermeiro na realização do procedimento devido à falta de capacitação, tornando-o exclusivo para os médicos o que diminui as taxas de inserção gerando uma demanda reprimida. A falta de acesso ao planejamento reprodutivo aumenta o número de gravidez não desejada, abortos inseguros, complicações obstétricas e neonatais resultando em aumento da mortalidade materna. Atrelado a isso está a autonomia do enfermeiro que ao inserir o DIU T de cobre como parte da consulta de enfermagem, executa uma prática integral e resolutiva, além de valorizar o profissional diante da equipe e comunidade da APS.