Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
Monkeypox Vírus: a enfermagem perante a emergência em saúde pública
Relatoria:
Sheila Paula da Costa Prestes
Autores:
- Ana Carolina Valino Teixeira
- Arícia Lobato de Araújo
- Nuria Safira Leal Ferreira
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologia, empreendedorismo e inovação no cuidado em Enfermagem
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
O município de Belém é capital do estado do Pará está na região Norte do Brasil e possui em torno de 1 milhão e meio de habitantes e desde o comunicado de risco divulgado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde - CIEVS Nacional em 19 de maio de 2022 sobre o aparecimento dos primeiros casos de Mpox detectados em vários países europeus, a OMS elevou o nível de preocupação com a doença e apontando a necessidade de ampliação da capacidade para contenção da sua transmissão nos países. Dia 09/06/2022 foi confirmado o primeiro caso de Mpox no Brasil e no dia 25/07/2022 o primeiro caso em Belém/PA. Este trabalho foi desenvolvido devido a urgência e a ausência de unidades especializadas para o atendimento dos casos suspeitos de Mpox, onde coube ao corpo técnico de enfermagem do CIEVS/BELÉM a responsabilidade de gerenciar o fluxo de atendimento de Mpox como emergências em saúde pública em Belém, para isso, foi criado o Centro de Operações de Emergência em Mpox em Belém para a organização e preparação de eventual resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) para o enfrentamento da doença. O COE Mpox/Belém foi composto por 4 enfermeiras, 2 técnicas de enfermagem e 1 epidemiologista, todos com experiência em vigilância em saúde. Em 12 meses de execução do COE, um total de 416 pessoas foram atendidas, destas 56% (236/416) não apresentaram critérios para coleta para diagnóstico da doença de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e 44% (180/416) estavam aptos para coleta. Os resultados daqueles pacientes onde material foi coletado e enviado ao Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen-PA) mostrou que 61% (109/180) estavam infectados com Mpox e 39% (71/180) não detectáveis para o vírus. Quanto ao sexo dos infectados, 96% (105/109) foram detectáveis em indivíduos do sexo masculino e 4% (04/109) em pacientes do sexo feminino. Quanto as coinfecções, 82% (90/109) dos pacientes com resultado detectável para Mpox também apresentaram outras infecções, sendo as mais recorrentes (HIV+Sífilis), estas respondendo por 40% (43/109) das coinfecções. Apesar de não ser uma Infecção Sexualmente Transmitida (IST), o Mpox ainda é muito estigmatizada e este é ponto onde sobressai toda a dificuldade para seu enfrentamento, porque apesar de mais de 80% dos casos a doença se manifesta de forma leve, os pacientes com alguma comorbidades como HIV/IST podem evoluir rapidamente para gravidade, caso não recebam monitoramento e manejo adequado.