INTRODUÇÃO: As vulnerabilidades em saúde podem gerar diferenças no acesso e na qualidade do cuidado prestado. Dentre as que afetam a produção do cuidado em saúde destaca-se a privação de liberdade. Segundo dados globais, as mulheres privadas de liberdade constituem cerca de 7% da população carcerária do Brasil e esta tem aumentado significativamente na última década. Embora encarceradas, são detentoras de direitos fundamentais e amamentar é um deles. A Constituição Federal de 1988 garante às mães encarceradas o direito de permanecerem com seus filhos no estabelecimento prisional ou aguardarem julgamento em prisão domiciliar também durante a amamentação. No entanto, observa-se que o bebê é deixado junto à mãe privada de liberdade durante os seis primeiros meses de vida da criança. Neste aspecto, se faz importante compreender a vivência de amamentação pelas nutrizes encarcerada, de modo a elucidar os desafios e potencialidades da atuação da enfermagem nesse cenário de vulnerabilidade. OBJETIVO: Compreender a importância da atuação da enfermagem na experiência de amamentar por mulheres encarceradas no contexto brasileiro. METODOLOGIA: Foi realizada revisão integrativa de literatura para busca e sistematização de artigos que tratem sobre o tema da amamentação por mulheres encarceradas entre os períodos de 1988 e 2022, considerando o marco da Constituição Federal de 1988. RESULTADOS: As evidências foram analisadas por meio de análise temática, da seguinte forma: os artigos serão mapeados conforme a relevância das ações de cuidado e apoio ao aleitamento materno realizadas dentro do sistema prisional. Foram adotados como critérios de inclusão os artigos encontrados na íntegra, gratuitamente, em português, selecionados nas bases de dados BVS, SciELO e Portal de Periódicos da Capes O resultado desta análise ocorreu de forma descritiva, fundamentado pelo conhecimento científico e políticas públicas no contexto brasileiro. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Embora a produção científica sobre o amamentar na prisão seja bastante limitada, a Enfermagem constitui uma categoria profissional que pode fortalecer o cuidado das nutrizes na amamentação, não apenas no período dos primeiros seis meses da criança, como também na primeira infância. O cuidado holístico e a atenção humanizada, bem como a presença nas equipes de saúde prisional, podem favorecer a atuação do profissional enfermeiro na promoção do vínculo para fortalecimento das relações mãe-filho no ambiente prisional.