Introdução: A assistência de enfermagem perioperatória constitui-se da atenção ao usuário durante o procedimento anestésico-cirúrgico, no sistema normativo e organizativo do Centro Cirúrgico1. Assim, o ensino dos cuidados perioperatórios, visa a apreensão das estruturas, processos e dos cuidados específicos, compreendidos enquanto prática social. Objetivos: Refletir a atuação da enfermagem perioperatória com base na vivência de acadêmicos do 3º ano de graduação em enfermagem em aulas práticas supervisionadas. Método: Constitui-se de um relato de experiência das vivências de acadêmicos de enfermagem durante as aulas práticas supervisionadas em uma unidade hospitalar do sul do Brasil. Resultados: As aulas práticas supervisionadas realizadas no centro cirúrgico constituem-se de primeira aproximação para os acadêmicos de enfermagem com a rotina do setor, o que a priori, repercutiu em incertezas e medos, mas, à medida que ocorreu a integração com a equipe e com a rotina foi amenizado. Este permitiu vivenciar as fases do perioperatório: pré-operatório, transoperatório e recuperação pós-anestésica, levando a percepção de que as fases são interdependentes entre si e que o processo de enfermagem necessita constituir-se de linha condutora no processo. São desafios ainda evidenciados na práxis a atuação do enfermeiro majoritariamente atrelada a funções gerenciais e a assistência em urgências e emergências; bem como a não efetivação do processo de enfermagem nas práticas assistenciais. Assim, as ações assistenciais ainda que executadas, não são planejadas a priori e não evidenciam a relevância do papel do profissional neste contexto na medida em que inexiste nos registros/documentos físicos e on-line o processo de trabalho do enfermeiro. Foram pontos fortes: o trabalho em equipe; o acolhimento e humanização no cuidado e a recepção cuidadosa para com os acadêmicos. A atuação de enfermagem no contexto da enfermagem perioperatória é fundamental na função gerencial e assistencial, contudo, os recursos humanos em número suficiente são necessários para sua efetivação. Conclusões: Refletir vivências das aulas práticas supervisionadas permite aos futuros profissionais uma visão crítica do processo de trabalho e de seus pontos fortes e desafios, bem como para a práxis repensar o processo de trabalho e indicar aos gestores elementos a serem considerados no planejamento das políticas de saúde, tais como o dimensionamento de recursos humanos em enfermagem.