A indústria do sexo é uma realidade complexa e multifacetada que transcende fronteiras geográficas e contextos socioculturais. Para o combate ao HIV entre essa população é necessário conhecer o perfil para, só então, implementar estratégias que alcancem o referido estrato. Objetivo: Caracterizar o perfil sociodemográfico de mulheres profissionais do sexo que trabalham em uma capital amazônica brasileira. Método: Estudo de corte transversal e descritivo. Empregou-se nesse estudo mulheres profissionais do sexo, cisgênero, com idade igual ou superior a 18 anos, e que estivessem atuando no mínimo há 3 meses anterior à entrevista. Foram excluídas aquelas sob a influência de drogas psicotrópicas. Para a coleta dos dados empregou-se um formulário contendo questões objetivas relacionadas às condições sociodemográficas. Os dados foram organizados em planilhas no programa Excel, avaliando as frequências absoluta e relativa. O presente estudo faz parte do macroprojeto intitulado “ Prevalência e incidência de infecções sexualmente transmissíveis em mulheres profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e mulheres transgêneros dos Estados do Pará e Roraima, região Norte do Brasil” foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com o parecer n° 5.388.975 e CAAE 57126822.0.0000.0018. Resultados e discussão: A amostra da pesquisa abrangeu 53 mulheres profissionais do sexo. Das participantes, 30,18% tinham entre 18 e 22 anos de idade, 66,03% residiam na em Belém, 81,13% se consideravam pretas ou pardas e 64,15% eram solteiras; 60,37% possuiam o ensino médio completo, 39,62% recebiam entre R$1.000,00l e R$2.000,00 por mês, e 43,44% possuiam outra fonte de renda; 77,35% possuíam pelo menos um filho (média de 2,19 filhos/mulher). Em 39,62% das profissionais do sexo a coitarca ocorreu entre 10 e 14 anos de idade. Considerações finais: As evidências coletadas ao longo deste estudo forneceram um vislumbre explicador do cenário das mulheres profissionais do sexo na capital amazônica. As nuances reveladas em relação à idade, orientação sexual, localização geográfica e outros fatores, constituem uma base sólida para a formulação de estratégias de apoio e intervenção.