Introdução: A rede social pode ser definida como o conjunto de relações interpessoais estabelecidas na vida de um indivíduo. Essa, pode ser classificada como primária, representada pelas relações pessoais, ou como secundária, relacionada a organizações e instituições. Tais relações exercem uma influência direta no modo de enfrentamento aos problemas de saúde. No contexto da população em situação de rua, há certo enfraquecimento dos vínculos familiares e afetivos, levando a uma busca por outras fontes de apoio social. Objetivo: Analisar o vínculo e o tipo de apoio que as pessoas em situação de rua recebem da rede social secundária. Metodologia: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado com 20 pessoas em situação de rua, que vivem na região central do Rio de Janeiro, entrevistadas mediante um formulário semi estruturado. A partir da entrevista, foi elaborado o mapa da rede social de cada participante, utilizando o referencial teórico-metodológico de rede social proposto por Sanicola. Para a análise dos depoimentos, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin. Resultados: A rede social secundária dos participantes foi composta por Instituições de saúde, de assistência social, Organização não governamental e Igrejas. Destes locais, tais pessoas recebem apoio material (medicamentos, alimentos) e/ou emocional. Nota-se que a maior parte dos entrevistados possui alguma relação social conflituosa e certo enfraquecimento da rede social primária. Com isso, muitos acabam apresentando vínculos fortes com a rede social secundária - principalmente Instituições de Saúde, como a Clínica da Família e Instituições Não Governamentais. Conclusão: O suporte oferecido pelas instituições torna-se essencial para o enfrentamento dos problemas de saúde e demandas sociais das pessoas em situação de rua. A atuação da rede social secundária apresenta-se de forma benéfica aos usuários - através do cuidado e da promoção de saúde, que possibilita a prática do autocuidado, mas também dos profissionais, fazendo com que estes compreendam o contexto em que vive a sua população assistida. Assim, faz-se necessária a implementação de ações de caráter interprofissional para a melhoria da qualidade de vida desta população.