Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
INTERNAÇÃO POR ABORTAMENTO EM UM ESTADO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA¬: UMA SÉRIE TEMPORAL
Relatoria:
Edinilza Ribeiro dos Santos
Autores:
- Marcos Lima do Nascimento
- Lihsieh Marrero
- Maria Diocléia da Costa Rezzuto
- Edilson Silva de Albuquerque
- Elaine Cristina Santana Cordovil
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução. Estima-se que globalmente ocorram cerca de 23 milhões de abortos por ano. Considerando as gestações reconhecidas, o risco de aborto espontâneo é de aproximadamente 15%. No Brasil, do total de internações por aborto na rede pública, aproximadamente metade corresponde aos abortos espontâneos, menos de 1% aos realizados por razões médicas e a outra parte (quase metade) figura os provocados por outras motivações. Objetivo: Caracterizar as internações por abortamento no estado do Amazonas. Método: Estudo transversal, série temporal e descritivo das internações por abortamento na rede pública, no período de 2010 a 2020, no Amazonas. Os dados foram obtidos no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), incluídos todos os casos de internação por “aborto espontâneo”, “aborto por razões médicas” e “outras gravidezes que terminam em aborto” (outros tipos de aborto, aborto não especificado, falha de tentativa de aborto), conforme CID-10/O03-O07. As variáveis avaliadas foram idade, raça/cor, município de residência, tipo de aborto (espontâneo, razões médicas, outros), tipo de procedimento nos casos de internação pós-abortamento (curetagem, aspiração manual), tempo médio de permanência hospitalar (número de dias), morte materna específica por aborto com dados extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade para o mesmo período e local (sim/não) e ano da internação. Fez-se análise descritiva. Ética em Pesquisa: os dados são de domínio público e manteve-se o anonimato dos casos. Resultados. Das 53.990 internações por abortamento, mais da metade era residente na capital (64,5%); cerca de 20% < 20 anos, 79,7% de raça/cor parda. Quanto ao tipo de aborto, 65,3% espontâneo, 34,2% outras gravidezes que terminam em aborto e 0,6% por razões médicas. A curetagem foi efetuada em 96,5% dos casos. Dois dias foi o tempo médio de internação. No mesmo período foram encontradas 30 mortes maternas de causa específica de aborto no Amazonas. A distribuição das internações por abortamento ao longo do período analisado mostrou que houve decréscimo de internações a partir de 2011 e aumento a partir de 2016, no geral com redução de aborto espontâneo concomitantemente à elevação do número de internações por outras gravidezes que terminam em aborto. Considerações finais. Os resultados apontam para a necessidade de melhoria na assistência à mulher, saúde materna, planejamento familiar, pré-natal, com identificação precoce de intercorrências na gravidez.