O Brasil se encontra em 5º lugar como o país com maior taxa de feminicídio, o que com a pandemia do Coronavírus no início de 2020, apresentou aumento de casos. Segundo dados da Segurança Pública no Brasil ao menos 630 mulheres procuraram uma autoridade policial diariamente para denunciar um episódio de violência doméstica. Com essa realidade vivenciada no Brasil, e sendo o enfermeiro muitas vezes o primeiro profissional que aborda essa vítima, verificou se a importância real de compreender as condutas do enfermeiro na assistência a mulheres vítimas de violência doméstica. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa e de cunho descritivo. Para a obtenção dos dados foram entrevistados enfermeiros de unidades de urgência e emergência em Belo Horizonte, Minas Gerais. Entretanto, não houve um vínculo exclusivo com nenhuma instituição, uma vez que foi utilizada a técnica Snow Ball para a coleta de dados. O projeto de pesquisa teve a anuência pelo Comitê de Ética e Pesquisa da PUC Minas sob o parecer consubstanciado CAAE 61311322.8.0000.5137. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista com 6 (seis) enfermeiros e a coleta de dados encerrou se com a saturação de dados. Para a coleta de dados foi utilizado um roteiro semiestruturado, elaborada pelas pesquisadoras composto por 15 perguntas, sendo 08 abertas e 07 fechadas. Antes da realização das entrevistas, foi apresentado o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o Termo de Consentimento de Utilização de Dados (TCUD) aos participantes do estudo, e somente após sua assinatura iniciaram-se as entrevistas. A análise dos dados foi realizada através da análise de conteúdo de Bardin. Através da pesquisa verificou se que no atendimento realizado pelos enfermeiros são adotadas intervenções procedimentais e documentais destacando se o registro no prontuário da vítima de violência, a referência da vítima para atendimentos por outros membros da equipe multiprofissional e a comunicação a Policia Militar para o registro do Boletim de Ocorrência. Conclui-se que o cuidado de Enfermagem a mulher vítima de violência não deve ser baseado apenas em intervenções procedimentais e documentais, mas faz se necessário a adoção de protocolos e fluxos de forma a sistematizar a assistência de Enfermagem a vítima garantindo o gerenciamento do cuidado pela qualidade do atendimento, e ainda a segurança no atendimento.