Introdução: O exame citopatológico, ou papanicolau, é a principal ferramenta de rastreio do câncer de colo uterino, ofertado na Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde (Brasil,2022). Essa neoplasia afeta anualmente cerca de 520 mil mulheres, em decorrência da infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV). A enfermagem, além de ser capacitada e ter autonomia de realizar esse exame, também é responsável pela captação de pacientes, criação de vínculo e elaboração de estratégias para melhor adesão das mulheres do território onde atua e tentar diminuir o déficit de conhecimento acerca da temática. Objetivo: Descrever a vivência acadêmica prática de graduandas em enfermagem na realização do exame citopatológico. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, realizado no primeiro semestre de 2023 em duas unidades de Estratégia de Saúde da Família no município de Goiânia/Goiás, por intermédio de vivências práticas da disciplina de Enfermagem Ginecológica e Obstétrica I da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás. Resultados: Durante o período de prática vivenciado, notou-se que muitas mulheres apresentam déficit de conhecimento a respeito da periodicidade da coleta e sobre a finalidade do exame. Contudo, a falta de insumos nas unidades básicas foi o empecilho que mais se sobressaiu em todos os campos de prática. Entre os materiais que mais faltaram, estão: equipamentos de proteção individual, espéculo de tamanho apropriado, gaze, lençóis, suprimentos para desinfecção das superfícies, foco de luz adequado e perneira ginecológica. Tal escassez gerou um impacto na percepção das fragilidades encontradas nas Unidades Básicas por parte das estudantes e na gestão de situações que faltam recursos necessários para efetivação. Considerações finais: A realização do exame preventivo por acadêmicos de Enfermagem melhora a qualidade do ensino-aprendizado, além de estimular a formação de profissionais qualificados a construir boas relações interprofissionais e com a comunidade. Apesar das dificuldades supracitadas, as equipes que atuam no serviço ensinam como utilizar os recursos disponíveis para entregar um serviço de qualidade. Tal experiência contribuiu para uma visão mais ampla a respeito do funcionamento da Unidade Básica diante das dificuldades e serviu como estimulador da criatividade durante os atendimentos, além de evidenciar que a luta por valorização do SUS deve continuar.