INTRODUÇÃO: Antigamente a enfermagem em saúde mental fundamentava sua assistência em vigilância, punição e exclusão, uma vez que não havia anteriormente a década de 70, novas perspectivas de cuidados para pessoas com transtorno mental. Somente com a reforma psiquiátrica (1970), lei nº 10.216/2001 e a política de atenção psicossocial, a enfermagem foi reformulando seus cuidados, fomentando valorização da vida e reinserção social. OBJETIVO: Relatar a experiência dos residentes de enfermagem em Saúde Mental da Universidade do Estado do Pará na realização de uma atividade extra-hospitalar. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, acerca da ambientoterapia como terapêutica, realizado por residentes de enfermagem, em abril de 2023, em um balneário em Belém do Pará. RESULTADOS: A proposta da terapêutica foi elaborada através do grupo de pesquisa, saúde mental contemporânea. O planejamento ocorreu em duas fases, a organizacional, onde foi realizada a escolha do local, Encaminhamento de ofícios para a solicitação de transporte e entrada dos pacientes no balneário, Levantamento do almoço e lanche que seria fornecido, como feijoada, suco e frutas, Escolha da equipe (residentes de enfermagem, terapia ocupacional, educação física , psicologia , nutrição, serviço social, tutores e técnicos), Organização de material de emergência e Avaliação dos pacientes em reunião de microequipe, sendo selecionados 10. E a fase operacional, inicialmente os pacientes foram comunicados no dia da saída, assim encaminhados para o banho, posteriormente para escolher as roupas de banho e de saída, foram sem a vestimenta do hospital, em seguida direcionados ao transporte e logo ao destino. Já no local ficaram livres para socializar, conhecer e assumir um papel de cidadão social. Tiveram um momento de alongamento e dança. Na hora do almoço, foi lhes fornecido feijoada, posteriormente descansaram e em seguida retornaram ao hospital junto da equipe. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo evidenciou a importância da enfermagem na proposta de uma terapêutica extra-hospitalar, potencializando uma assistência antimanicomial. Fomentando a reinserção de indivíduos com transtornos mentais em espaços de convivência, favorecendo uma percepção fora do hospital, liberdade, interação e os prazeres da vida, como nadar, dançar, tomar sol e jogar bola, as quais são perdidos gradativamente com longos períodos de internação. Há vida além do hospital e todos tem o direito de conhecê-la.