INTRODUÇÃO: As comunidades quilombolas enquadram-se como um grupo minoritário dentro da população negra, constituindo uma representação da resistência dos negros brasileiros. E o trabalho para esse grupo de povos tradicionais, possibilita o convívio social e expressa sentimentos, entretanto, se encontram expostos e lutando frequentemente contra inúmeros agravos que intensificam os riscos ao adoecimento mental. OBJETIVO: Identificar as evidências científicas sobre os impactos na saúde mental dos povos quilombolas relacionados as condições de trabalho. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática, de caráter descritiva, realizada no 1º semestre de 2023, tendo como bases de dados: MEDLINE via PubMed®; Scopus, Web of Science e SciELO através do Portal de Periódicos CAPES e na LILACS por meio BVS. Utilizou-se a estratégia da busca avançada e o uso do operador booleano “AND” e “OR” a partir dos descritores: Comunidades Quilombolas; Quilombo; Saúde Mental; Saúde e Trabalho. Encontrou - se, portanto, 339 produções, das quais, após leitura de título, resumo e na íntegra, excluiu-se 333 trabalhos. Compondo a amostra final do estudo 6 artigos, voltados para responder à questão de pesquisa: “Quais os impactos na saúde mental dos povos quilombolas relacionados as condições de trabalho?”. RESULTADOS: Nota-se que a atividade laboral, concentra-se no trabalho rural, mais especificamente na lavoura e agricultura familiar. Quanto aos reflexos na saúde mental, observou-se que o trabalho proporciona impactos positivos, como: bom relacionamento afetivo, trabalho coletivo, solidariedade, fortalecimento da fé, sentimentos de gratidão, prazer e felicidade, ocupação da mente e do tempo, sentido de existência/cultural; acolhimento e valorização, apoio emocional, bem-estar e fortalecimento dos laços com a natureza. No entanto, existe também os impactos negativos: estresse relativo ao cuidado diminuído, riscos de sofrimento psicossocial, cansaço, exaustão, sobrecarga de trabalho, nervosismo, estresse ocupacional e baixa remuneração. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo permitiu a identificação dos impactos na saúde mental dos remanescentes quilombolas relacionado as atividades laborais. Portanto, é essencial que a enfermagem possa compreender as particularidades que perpassam por esse grupo social, prestando uma assistência mais direcionada, respeitando a cultura e a singularidade desses povos tradicionais, proporcionado assim, uma dimensão ética durante suas práticas profissionais.