INTRODUÇÃO: Em relação a saúde mental, a lei da Reforma Psiquiátrica no Brasil foi fundamental para o rompimento do modelo manicomial até então existente. Visando proporcionar um cuidado integral e qualificado ao sujeito, a política nacional de humanização ganhou destaque como forma de valorizar as necessidades individuais, além de possibilitar uma nova percepção acerca dos estereótipos vinculados a loucura. No contexto da assistência, o agravamento do sofrimento psíquico, o predomínio do uso de terapias medicamentosas e as internações psiquiátricas recorrentes são alguns dos desafios enfrentados pelos profissionais. Nessa perspectiva, o enfermeiro torna-se imprescindível no desenvolvimento de novos mecanismos de atenção e cuidado. OBJETIVO: Relatar a experiência vivenciada na execução de ações de formação em humanização para profissionais de um hospital com leitos de saúde mental. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência a partir da vivência de acadêmicos do 7° período de Enfermagem, da instituição Unifacex, no componente curricular de Práticas Vivenciais do Cuidado (PVC), em maio de 2022. A intervenção em saúde foi realizada junto a um hospital público, na cidade de Natal/RN. A ação dividiu-se em dois momentos e foi desenvolvida na enfermaria feminina 01, no último dia de prática, de acordo com as necessidades encontradas a partir da ótica do trabalho da Enfermagem, através de captação da realidade e relato dos profissionais. RESULTADOS: No primeiro momento, foi realizado um acolhimento de forma lúdica, por meio de uma roda de conversa com as pacientes e alguns profissionais do setor, pondo em prática uma escuta ativa de forma coletiva e qualificada, buscando sensibilizar os trabalhadores e fortalecer as habilidades de autonomia, socialização e convivência dos indivíduos. No segundo momento, foi realizado um café da manhã com o uso da musicoterapia, ferramenta que já fazia parte do cotidiano das pacientes, contribuindo para um momento de alegria, descontração e bem-estar. CONCLUSÃO: O desenvolvimento da ação colaborou para uma experiência positiva e enriquecedora para os alunos, além de evidenciar a importância da mudança de uma visão clínica e focada na técnica para um olhar mais compreensivo e singular. Colocando a humanização como prioridade da assistência prestada, espera-se que os pacientes e familiares enxerguem o processo de cuidado em saúde mental com maior clareza, acolhimento e diminuição do preconceito, ainda, enraizado na sociedade.