Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
FÉ E RELIGIOSIDADE COMO COPING MECHANISM ENTRE HOMENS FEIRANTES DA FEIRA-LIVRE DA ESTAÇÃO NOVA
Relatoria:
Pedro Luna Flôres Silva
Autores:
- Rita da Cruz Amorim
- Isabela Paixão de Jesus
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Com as mudanças causadas pela disseminação da COVID-19 no começo de 2020, juntamente com o aumento na mortalidade pela doença, passou-se a experienciar o medo, tensão e insegurança frente à situação apresentada. No caso de homens feirantes, ou seja, trabalhadores autônomos existe uma diversidade de razões causadoras da sensação de medo, pois além da aflição de perder alguém próximo para doença, há receio em não garantir o próprio sustento ou de familiares pelo próprio adoecimento/morte e pela ausência de vendas de produtos. Objetivo: Analisar as práticas de cuidado de homens feirantes da feira-livre da Estação Nova frente a pandemia da COVID-19. Metodologia: estudo qualitativo e exploratório, consubstanciado pelo parecer n°5.300.149, realizado com 15 homens feirantes da feira-livre da Estação Nova (Feira de Santana - BA) nos meses de abril e maio de 2022. Resultados: Em momentos de estresse e ansiedade, os indivíduos se utilizam de diferentes estratégias (coping mechanisms), a fim de lidar com diferentes situações e manter o bem-estar frente às adversidades. Sendo assim, é perceptível que o apego à fé e religiosidade é uma ferramenta de enfrentamento que se faz presente entre os participantes da pesquisa, buscando conseguir lidar com o momento vivido.
“[...] A pandemia naquele momento pegando fogo, então receio tinha, mas e é isso, como é que faz? E aí? Como é que faz? Pra se manter? Ficar em casa? Come-se o quê? Veste-se o quê? Trabalhar. Um dia de proteção e simbora.” (E9)
Em contrapartida, houve participantes que não apresentaram receios em relação à contaminação, tendo razão religiosa.
“Não teve medo, porque quando se apega com o de lá de cima, não dá medo.” (E10)
“E aí sempre na feira você soa, passa a mão no rosto. Aqui só Deus mesmo. Se existiu pandemia, primeiro lugar Deus.” (E15)
Conclusão: Mesmo com as mudanças na rotina, o isolamento, a insegurança financeira e o medo de contaminação, fatores que podem gerar medo e insegurança, os homens feirantes se utilizaram da fé como um mecanismo de enfrentamento de ansiedade e medo, ocasionados pelo período pandêmico. A religiosidade, além de representar um dentre os meios de apoio às situações estressantes, é associada com a melhoria na qualidade de saúde psicológica, ajudando o indivíduo a lidar com situações de ansiedade. Estudos acerca da saúde de homens feirantes, ainda são escassos, principalmente por estes serem uma parcela populacional vulnerabilizada.