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Anais - 25º CBCENF

Resumo

Título:
CARACTERIZAÇÃO DE MORTE FETAL EM MATERNIDADES PÚBLICAS DE REFERÊNCIA EM UMA CAPITAL AMAZÔNICA
Relatoria:
Anderson de Oliveira Moreira
Autores:
  • Lihsieh Marrero
  • Liz Danielle da Silva Borges
  • Maria do Espírito Santo Batista Guedes
  • Izabela Guimarães Pezos
  • Milena Gabriela de Oliveira da Silva
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: As mortes fetais são evitáveis pelo acesso a assistência obstétrica de qualidade e em tempo oportuno. No Brasil, em 2020, foram registrados 6.474 óbitos fetais, destes 951 ocorreram na região Norte e 230 no Amazonas. Conhecer as características da morte fetal pode contribuir para a ações efetivas na sua redução. Objetivo: Caracterizar as mortes fetais registradas em maternidades públicas de uma capital amazônica, no período de 2019 a 2022. Metodologia: Estudo transversal, conduzido em três maternidades públicas de médio porte de Manaus, Amazonas, com coleta de dados retrospectiva, realizada entre agosto de 2022 e março de 2023. Para auxiliar a coleta utilizou-se formulário eletrônico estruturado no aplicativo ODK collect. Os dados foram obtidos pela revisão das declarações de óbito fetais (DOF) ocorridos nas maternidades entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022. Os dados foram analisados no software RStudio, aplicando-se procedimentos de análise descritiva e teste exato de Fisher para identificar associação entre as variáveis. Para a análise das mortes por causas evitáveis, adotou-se a versão adaptada da Lista Brasileira de Causas Evitáveis para óbitos fetais, proposta por Fonseca et al. (2021). Durante o período, foram identificadas 885 DOF, sendo que 177 (20%) foram excluídas por preenchimento incompleto ou incorreto. Resultados: A média de idade materna foi de 27 anos, sem histórico de abortamento (53%). A maioria dos óbitos foram de gravidez de feto único (94,8%), com idade gestacional média de 31,43 semanas, peso médio de 1.902 gramas e que ocorreram antes do parto (95,5%). A prevalência de mortes por causas mal definidas, foi estimada em 65,2%. Para as causas evitáveis, a prevalência foi de 33%, sendo todos os óbitos atribuídos a categoria de causas “reduzíveis por adequada atenção à mulher na gestação, parto, feto e recém-nascido”, sendo a subcategoria de causas “reduzíveis por adequada atenção à mulher na gestação” (60%) a mais frequente. A prevalência do grupo de óbitos por “demais causas” foi estimado em 1,1%, com predomínio das “malformações congênitas (5/8). Não foram identificadas diferenças significativas no número de óbitos entre os anos estudados, variando de 164 a 193 registros de óbitos fetais nos anos de 2022 e 2021. Em todos os anos, as causas mal definidas foram predominante. Conclusão: É urgente investimentos na qualificação para o preenchimento adequado da DOF e na atenção pré-natal.