Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
EVENTOS AGUDOS NA APS: UMA ANÁLISE DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM CONSULTAS DE ENFERMAGEM
Relatoria:
Marilia Orlandelli Carrer
Autores:
- Carla Pereira Barreto
- Patrícia Aline de Almeida
- Daiana Bonfim
- Keila Gisele Lima Reis
- Manoel Vieira de Miranda Neto
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: a implementação do processo de enfermagem (PE) na prática clínica do enfermeiro qualifica a consulta de enfermagem (CE), importante ferramenta de cuidado na APS (COFEN, 2009). Objetivo: analisar se as enfermeiras que realizam CE aos eventos agudos na APS cumprem as etapas do PE em sua prática clínica. Método: estudo multicêntrico e exploratório, que analisou filmagens e registros de CE aos eventos agudos. Dois checklists foram aplicados para identificar a presença ou ausência das etapas do PE nos vídeos e prontuários, calculando-se seu cumprimento através dos percentuais encontrados. Resultados: foram incluídas 58 CE aos eventos agudos, realizadas por 24 enfermeiros e com tempo médio de 20,22 minutos. As demandas de saúde mais frequentes foram relacionadas ao aparelho genital feminino (20%), sistema musculoesquelético (19%), aparelho digestivo (12%) e pele (11%). Em relação aos registros, 53 CE (91,4%) estavam documentadas. Os dados subjetivos aparecem em 92,5% dos prontuários, os objetivos apareceram parcialmente em 84,9% e o exame físico estava presente em 75,5%. O diagnóstico de enfermagem estava presente em 58,5% dos registros, e desses, apenas 30% representavam os achados durante a coleta de dados. Em 94,3% constavam ao menos um CIAP. A descrição das metas e resultados esperados estava ausente em 86,8% dos prontuários, a prescrição de enfermagem apareceu de maneira parcial em 75,5%, a etapa de implementação estava ausente em 96,2% e a de avaliação ausente em 81,1%, porém, não se aplicava a 71,7% dos casos. Em relação à avaliação do PE nas filmagens, houve realização superficial da coleta de dados, sendo que 52% não investigaram as causas relacionadas ao evento agudo, 45% não consideraram o histórico clínico e houveram fragilidades no exame físico. O diagnóstico de enfermagem foi expressado na minoria (31%) das CE. Foram aplicados elementos de intervenção de cuidado (91%), porém, apenas 48% foram pactuados, e somente em 31% foi realizada prescrição. Houve baixo percentual de realização de interconsulta (12%), e alto encaminhamento ao médico (44%). Os sinais de alarme, motivos de nova busca por atendimento, fisiopatologia e evolução esperada do evento agudo foram pouco abordados (22%). Ainda, não houve valorização da demanda trazida pelo usuário (41%). Considerações Finais: os achados do estudo revelam oportunidades de melhoria no cumprimento das etapas do PE nas CE aos eventos agudos na APS e nos registros em prontuário.