Introdução: dados epidemiológicos demonstram elevada ocorrência de Acidente Vascular Encefálico (AVE) no mundo entre a população idosa. Dentre os idosos sobreviventes de AVE, a maioria apresenta algum sequela decorrentes desse evento, ocasionando diversas mudanças na vida das vítimas como perda de papéis sociais, dificuldade para o autocuidado, dependências, prejuízos nos relacionamentos, além de repercussões emocionais, o que pode impactar negativamente na qualidade de vida. Objetivo: avaliar a qualidade de vida e a sua relação com o perfil sociodemográfico e clínico de pessoas idosas acometidas por AVE. Método: estudo transversal, realizado com 140 idosos que possuíam sequelas de AVE, cadastrados nas Unidades de Saúde da Família do município de João Pessoa-PB, Brasil. Os dados foram coletados mediante a utilização de um instrumento semiestruturado para obtenção dos dados sociodemográficos e clínicos e a Escala de Qualidade de Vida Específica para AVE. Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva e inferencial. Resultados: na avaliação da qualidade de vida identificou-se média de 145,33 (DP= ±33,03), o que representa uma baixa qualidade de vida. Observou-se relação significativa entre a qualidade de vida e as variáveis atividade física (p= <0,000), último AVE encefálico (p<0,001), os tipos de sequelas: alteração motora (p=0,002), fraqueza muscular (p=0,025) e distúrbio do humor (p=0,006), e a presença de cuidador (p= 0,002). Conclusão: evidenciou-se que os participantes que referiram não praticar atividade física, ter decorrido 3 a 6 meses do último AVE, possuir como sequelas alteração motora, fraqueza muscular e distúrbio do humor, e depender de cuidados de terceiros para a realização das atividades de vida diária, demonstraram maior comprometimento da qualidade de vida.