INTRODUÇÃO: A mucosite oral (MO) é uma das mais relevantes complicações no Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH). Caracteriza-se como evento estomatológico bastante frequente, capaz de influenciar diretamente a qualidade de vida dos pacientes. Convergente às estratégias de manejo, como terapia complementar ao tratamento convencional da MO, tem-se a Ozonioterapia ou Terapia Oxigênio/Ozônio (O2/O3) que pode ser empregada em diversos cenários, devido seu poderoso efeito oxidante controlado. E ainda, são desencadeadas reações oxidativas que exercem relevantes ações bactericidas, fungicidas, moduladoras do estresse oxidativo e do sistema imunológico. O objetivo é evidenciar uma tecnologia assistencial que utiliza a água ozonizada como colutório, para manejo da MO. MÉTODO: Estudo Quase-experimental realizado com pacientes maiores de sete anos submetidos ao TCTH; e, que já tivessem a MO instalada. Utilizada a técnica de randomização simples, participantes foram alocados no Grupo Controle (GC; n=8) ou Grupo de Intervenção (GI; n=9), neste último foram submetidos a lavado bucal com Água para Injeção (AIE) ozonizada a 9,94 µg/ml, duas vezes ao dia, adicionado ao protocolo de rotina do serviço. RESULTADOS: Os participantes do GC apresentaram MO graus III e IV, enquanto o Grau II foi predominante no GI, com p<0,05 do dia D+6 até o D+11. O escore de dor também obteve menores valores no GI, com p=0,05 no D+11. Em relação à dor em cavidade oral, o estudo apresentou valores menores desse escore no GI, com p<0,05 entre D+6 ao D+11. Quanto aos dias de internação, a diferença média foi de 7,3 dias menor no GI. Frente ao protocolo aplicado na pesquisa e aos achados positivos, foi desenvolvida e registrada uma Tecnologia Assistencial, denominada de Água Ozonizada como Colutório: Protocolo para utilização do Ozônio por profissionais de saúde (ISBN: 978-65-00-29284-8). CONCLUSÃO: Evidenciada diferença estatística significativa entre o GI e GC quanto a gravidade da MO, aos escores de dor, e a redução dos dias de internação nos pacientes submetidos ao TCTH. De tal modo, ficou demonstrada a eficácia da AIE ozonizada para o manejo da MO em pacientes pós-TCTH e, na sequência, desenvolveu-se um protocolo assistencial inovador.