INTRODUÇÃO: A maioria dos cânceres do colo do útero tem origem nas células que revestem o órgão, podendo desenvolver mudanças pré-cancerosas que evoluem para câncer. O exame Papanicolau é a estratégia principal para detectar essas alterações precocemente. A música é considerada uma abordagem para promover a saúde, proporcionando conforto, reduzindo tensão e facilitando a comunicação entre profissionais e pacientes, visando um cuidado mais humano e abrangente. OBJETIVO: Descrever a atividade realizada utilizando a música como fonte de relaxamento durante a coleta de Papanicolau. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência realizada em uma Unidade de Saúde da Família da área rural de Manaus. A atividade foi realizada em alusão ao Março Lilás. As mulheres em idade entre 25 e 64 anos da área de abrangência, foram convidadas a participar do evento, no qual foram ofertados, além do exame Papanicolau, serviços de arte e beleza. A Unidade de Saúde contou com a presença de uma instrumentista (harpista), que participa da Orquestra Amazonas Filarmônica. A música esteve presente desde o acolhimento até a realização do procedimento. RESULTADO: Participaram 35 mulheres, sendo 65% na faixa etária de 30 a 40 anos. Destas, 03 nunca haviam realizado o exame preventivo. Quanto à parte da musicalidade, nenhuma mulher conhecia a harpa. Todas as mulheres, independentemente da sua experiência anterior com o exame preventivo, relataram um sentimento de encanto e relaxamento decorrente da presença da música. Além disso, algumas compararam a música ao "som dos anjos", uma descrição poética que ilustra vividamente o efeito positivo da música na atmosfera da coleta do exame. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados deste estudo destacam como a música, representada pela harpa, pode criar uma atmosfera única e benéfica durante a coleta do exame preventivo. O encanto e relaxamento experimentados pelas participantes, bem como a diminuição da ansiedade, apontam para a música como uma ferramenta promissora para humanizar procedimentos médicos e melhorar a experiência das pacientes. Torna-se importante que os profissionais da saúde se mobilizem, de forma intersetorial, para que possam fazer uso da música na assistência à saúde na atenção primária, também realizar pesquisa e compartilhar as experiências envolvendo a música, que é uma maneira criativa e econômica de realizar o cuidado.