INTRODUÇÃO: A síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ) é caracterizada por um conjunto de anomalias congênitas, estruturais e funcionais, com repercussões no crescimento e desenvolvimento dos embriões ou fetos expostos ao vírus durante a gestação. No Brasil, durante o segundo semestre de 2015, o número de crianças com microcefalia era significativo onde havia circulação do ZIKV. OBJETIVO: Investigar a presença de síndrome congênita no Brasil no período de 2015 a 2022. METODOLOGIA: Trata-se de estudo retrospectivo, transversal, com abordagem quantitativa, que utilizou dados do Resp-Microcefalia e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) sobre casos confirmados com SCZ, no período de 2015 a 2022, referentes ao Brasil, extraídos do site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). RESULTADOS: Durante o período analisado, foram registrados 20.874 casos, sendo 1.711 desses casos nascidos vivos confirmados com SCZ. Em relação à idade da mãe, observou-se maior prevalência em mulheres entre 20 e 29 anos, com 813 casos (47,5%). No que diz respeito à semana de gestação, 80,2% dos casos (1.373) estavam entre a 37 e 41 semanas de gestação. Quanto ao sexo, a maioria dos nascidos vivos confirmados com SCZ eram do sexo feminino, com 920 casos (53,8%). No que se refere ao Estado de residência, observou-se que Pernambuco apresentou o maior número de registros, 373 casos (20,1%), seguido do Estado da Bahia que apresentou 336 casos (18,1%). CONCLUSÃO: Diante do exposto, compreende-se uma presença significativa de casos notificados de síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika. Sendo assim, faz-se necessário que ações de saúde sejam desenvolvidas, especialmente ações que destaquem a importância do acompanhamento durante todo o período gestacional, bem como ações contra o agente transmissor do Vírus Zika, com o intuito de evitar infecções nas gestantes.