INTRODUÇÃO: As Comissões de Ética de Enfermagem (CEEn) são órgãos colegiados e autônomos, constituídos pelos Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN) para trabalhos representativos in loco, que visam a promoção da bioética no exercício da profissão. No entanto, podem enfrentar dificuldades de diversas ordens, a exemplo da falta de recursos, de treinamento e/ou de apoio, o que acarreta em entraves para o gerenciamento e o processamento das demandas, com prejuízos na sua atuação. OBJETIVO: Relatar as experiências de reorganização administrativa de uma Comissão de Ética em Enfermagem de um Hospital Universitário no contexto pós-pandemia. MÉTODO: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, baseado nas práticas vivenciadas por profissionais de enfermagem de um serviço público federal, relacionadas à nova gestão eleita, na busca de melhores soluções de questões éticas oriundas do processo de trabalho. RESULTADOS: As ações de reorganização administrativa incluíram o escopo do desenvolvimento de normas e procedimentos éticos, como a revisão do regimento interno e a criação de procedimentos operacionais, para nortear o fluxo de denúncias e os ritos de sindicância, no sentido de dar fluidez aos processos, além da busca por melhor visibilidade e acesso à CEEn, com a criação de canais de atendimento (emails institucionais, perfis em sites, links com outros departamentos e divulgação de qr-codes). Atividades científicas foram iniciadas com a publicação de estudos locais em eventos. Atividades educativas foram desenvolvidas, como pit-stops, panfletagens e postagens de conteúdos digitais. Ideias de manuais com formulação de patentes e de treinamentos estão em debate. No entanto, ressalta-se a dificuldade no tocante à capacitação da equipe comissionada, à captação de recursos financeiros, humanos e materiais, à orientação aos profissionais-alvo e, sobretudo, à divulgação das reais atribuições de uma comissão de ética junto ao corpo de enfermagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados deste estudo mostraram que a reorganização da comissão foi um passo importante para a melhoria de sua atuação. As ações contínuas são eficazes no sentido de aumentar a visibilidade, melhorar a comunicação e desenvolver estratégias educacionais sobre ética e bioética. Logo, ressalta-se que um perfil ativo de atuação é condição determinante para um ambiente conciliador, com diálogo ativo.