Introdução: Neonatos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIN) possuem dependência, fragilidade e instabilidade, necessitando de cuidados específicos, exigem da equipe treinamento, perspicácia e sensibilidade no cuidar. Tem-se identificado um número crescente de diagnósticos por doenças sem perspectiva de cura, com 35.293 óbitos de crianças até um ano de idade em 2019. Conforme o quadro clínico, recém-nascidos podem ser incluídos em programa de cuidados paliativos (CP´s) e serem beneficiados por esta modalidade de cuidado. No Brasil, os CP´s em neonatologia está em evolução e conta com poucos serviços especializados. Objetivo: Compreender a atuação de técnicos de enfermagem nos cuidados paliativos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Método: Pesquisa exploratória de abordagem qualitativa em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um Hospital Público em João Pessoa, realizado com técnicas de enfermagem, através de entrevistas gravadas, entre maio e junho de 2021. Resultados: Emergiram três categorias a partir dos dados analisados: 1) Compreensão das técnicas de enfermagem acerca dos cuidados paliativos e sua importância na UTIN; 2) Promoção de Cuidados Paliativos ao RN pela equipe de enfermagem na UTIN; 3) Interação da equipe da enfermagem durante a assistência ao RN elegível para CP na UTIN. Quanto à compreensão sobre os cuidados paliativos, as profissionais mostraram compreender que é a assistência voltada para oferecer qualidade de vida ao paciente, conforto e minimizar o sofrimento. Essa compreensão se baseia no cotidiano da assistência e não por conhecimento prévio aos protocolos e indicações dos cuidados ao RN. Notou-se certa resistência por parte da equipe em instituir cuidados paliativos mesmo para os bebês com indicação. Foi relatado não existir estratégias de cuidados paliativos na UTIN, sendo observado falta de interação da equipe para prestar assistência paliativa. Conclusão: A percepção acerca dos cuidados paliativos é permeada pela compreensão voltada à manutenção da vida, alivio do sofrimento e proporcionar conforto. A prática dos cuidados paliativos observada na UTIN não reflete a atuação e percepções dos profissionais, talvez pela ausência de uma rotina estabelecida para lidar com esse tema na unidade . Portanto, novos estudos referentes à temática tornam-se necessários para subsidiar a equipe de enfermagem a lidar e intervir nos recém-nascidos, visto que muitos protocolos são baseados em estudos com a população adulta.