Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
ABORTAMENTO: A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SOB A ÓTICA DA TEORIA HUMANÍSTICA DE PATERSON E ZDERAD
Relatoria:
Janaina Bojikian da Costa Vital Juliatto
Autores:
- Mariana da Silva Hackl
- Vanessa Martinhago Borges Fernandes
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Trabalho de conclusão de curso
Resumo:
Introdução: O aborto é uma das maiores causas de mortalidade materna no mundo. No Brasil, 53% daquelas que provocaram o aborto informaram ter sofrido algum tipo de violência durante a internação hospitalar, sendo que o impacto dessa violência na assistência ainda é pouco explorado. As mulheres que passam por um processo de abortamento provocado procuram os profissionais de saúde buscando apoio, privacidade, confidencialidade e respeito durante seu atendimento, porém não é isso que encontram em países onde o aborto não é permitido. Por sua vez, as políticas públicas desdobram estratégias resolutivas para diminuir as sequelas dessas situações. Objetivo: Conhecer a assistência de Enfermagem durante o processo de abortamento da mulher hospitalizada sob a ótica da Teoria Humanística de Paterson e Zderad. Metodologia: Pesquisa qualitativa, descritiva-exploratória, realizada em 02 instituições hospitalares da Grande Florianópolis, uma pública e outra privada. A coleta de dados ocorreu com 18 enfermeiras da área obstétrica, através de entrevista semiestruturada, de março de 2019 a fevereiro de 2020. A análise dos dados foi realizada através da Análise de Discurso e referencial teórico-filosófico da Teoria de Enfermagem Humanística de Paterson e Zderad. Resultados: Originou-se 05 percepções-categóricas: “Autopercepções sobre a legalização do aborto”, “O processo de encontro sofrendo interferências devido cultura e crenças individuais”, “O relacionamento intersubjetivo afetado pela tecnificação da assistência”, “A presença agravada pela infraestrutura e recursos humanos inadequados” e “O chamado e a resposta transformados a partir da experiência/vivência”. Considerações finais: Os conceitos da Teoria Humanística nos auxiliaram a conhecer e compreender que os Enfermeiros que estão na assistência direta ao ser-mulher em processo de abortamento precisam valorizar a necessidade da interação humana. A saúde do ser-mulher é mais que a ausência de doença, é superação de um processo complexo de morte e de preconceitos, que não há como se restaurar sem uma relação intersubjetiva positiva ética e moral entre enfermeiro e paciente. Salienta-se a necessidade de rever o ambiente interno de cada profissional, assim como sua percepção de cuidado/assistência, de si e do outro (intersubjetivo) e conhecimento no âmbito humanístico, moldado pelas políticas públicas, de modo a sensibilizar-se com a dor do outro, proporcionando-lhe uma assistência ética, digna e integral.