Iniciativas para a mudança dos cuidados em Psiquiatria, no Brasil, iniciaram-se na década de 1970, por meio do Movimento de Reforma psiquiátrica que ocorreu concomitantemente ao movimento de Reforma sanitária e desde o início desse processo a Enfermagem teve que estabelecer uma atuação fundamentada no modelo psicossocial. Assim, o objetivo desta investigação foi evidenciar as implicações para a enfermagem advindas do contexto político da Rede de Atenção Psicossocial. Trata-se de uma revisão narrativa, de caráter exploratório e abordagem qualitativa. Buscando delinear a temática foi estabelecido o seguinte questionamento: quais são as implicações da Rede de Atenção Psicossocial para a atuação da enfermagem em saúde mental? Para responder a esse questionamento, buscou-se artigos, disponíveis para acesso gratuito, no período de 2000 a 2020, nos seguintes meios eletrônicos: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no Service da National Library of Medicine (PubMed). Para as buscas utilizou-se os seguintes descritores: “saúde mental”, “enfermagem”, “política” e “serviços de saúde mental” extraídos dos Descritores da Ciência em Saúde (DeCS) juntamente com termos, expressões e palavras sinônimas para se obter maior acesso às publicações. Também foram utilizados documentos legais elaborados por órgãos de classe de enfermagem. Evidenciou-se que no modelo psicossocial se busca promover transformações nos campos assistenciais, técnicos e políticos para se favorecer o resgate da cidadania priorizando o tratamento de base comunitária e a inclusão social, o que corrobora aos pressupostos da Reforma Psiquiátrica. Como resultado dessa ideologia a Política Nacional de Saúde Mental brasileira organizou a Rede de Atenção Psicossocial e nesse cenário, a enfermagem deve fundamentar uma assistência baseada na singularidade de cada sujeito e sua eficácia se relaciona à utilização de habilidades relacionais representadas pela atenção, diálogo e interesse diante dos pensamentos, sentimentos e comportamentos dos pacientes, bem como do trabalho em equipe interdisciplinar. A partir do exposto, evidencia-se que o contexto político da Rede de Atenção Psicossocial ampliou o acesso a diferentes dispositivos e consequentemente as possibilidades da atuação da enfermagem na saúde mental.