Introdução: A dengue é considerada uma doença negligenciada, sendo a arbovirose mais prevalente em todo o mundo, atingindo mais de 100 países tropicais e subtropicais. 85% dos municípios brasileiros já registraram casos de dengue no ano de 2023. O estado do Pará desponta como o 3° estado com mais casos registrados na região norte. Tendo em vista o crescente surto de dengue no Brasil e a relevância deste problema de saúde pública, este estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico dos casos notificados de dengue em um município do estado do Pará, entre os anos de 2014 a 2022. Metodologia:Trata-se de um estudo documental, descritivo com abordagem quantitativa. Foi realizado levantamento dos casos notificados de dengue no município de Cametá, Nordeste do estado do Pará, no período de 2014 a 2022. A coleta de dados secundários ocorreu no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e as variáveis selecionadas foram: ano de notificação, sexo, faixa etária, raça, escolaridade e evolução da doença. Os dados foram organizados, filtrados, tabelados e analisados com auxílio do Microsoft Office 365, com análise estatística descritiva e inferencial. Resultados: Foram identificados 309 casos de dengue no município de Cametá, uma incidência média de casos. Os dados obtidos no estudo revelaram que o ano que mais notificou casos de dengue foi 2022 (n=87; 28,15%). O sexo feminino (n= 158; 51%) e a faixa etária de 20 a 39 anos (n= 133; 43%) foram mais incidentes. Além disso, a raça parda foi a mais notificada (n= 282; 91%). De acordo com a escolaridade (n= 56; 18%), o grupo mais acometido foi o de pessoas com o Ensino Médio completo. Ademais, levando em consideração ao tipo de evolução, a cura (n= 160; 52%%) teve maior liderança, e apenas um evoluiu para óbito. Considerações finais:A análise da caracterização do perfil epidemiológico permite concluir que ao longo dos últimos 09 anos ocorreu um aumento significativo no número de casos de dengue no município, dados que acompanham os números do Brasil. Portanto, nota-se a necessidade de estratégias de saúde eficazes como educação em saúde como forma de informar a população a respeito de como eliminar o principal vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti, mitigando assim os casos de dengue no município, além de estratégias que visem identificar e tratá-los com mais rapidez.