Segundo o Ministério da Saúde (MS), a hepatite C consiste em um grave problema de saúde pública. A doença é causada por vírus pertencente ao gênero Hepacivirus, que resulta em um processo inflamatório persistente no fígado, podendo causar diversas complicações e quadros graves na saúde do indivíduo infectado. Apresenta quadros assintomáticos e é caracterizado por ser uma doença silenciosa. O objetivo do referido trabalho é analisar o perfil epidemiológico dos casos de hepatite C no estado da Paraíba. Trata-se de um estudo observacional, descritivo, de abordagem quantitativa, o qual utilizou dados provenientes do DATASUS, registrados nos períodos de 2011 a 2020. No período analisado, foram registrados 923 casos confirmados de Hepatite C no estado da Paraíba. Foi realizada a análise das seguintes variáveis: sexo, raça, escolaridade, faixa etária e mecanismo de transmissão. Dentre os casos de hepatite C, o sexo masculino representa 517 (56%) casos, enquanto o sexo feminino apresentou 406 (44%) casos. No tocante a raça, a cor parda teve destaque com 467 (50,6%) casos, seguido daqueles que ignoraram essa informação, com 206 (22,3%). Em relação à escolaridade, destaca-se que cerca de 404 (44%) apresentam-se com dados não informados. Fazendo um comparativo com a população analfabeta, 38 (4,1%), às pessoas com nível superior completo apresenta maior taxa de contaminação que as pessoas sem instrução nenhuma, o que é contraditório, já que esse público tem mais acesso às informações. Segundo a faixa etária, o estudo revelou significância estatística na faixa etária de 40 a 59 com um número expressivo de casos confirmados, um total de 502 (54,4%), seguido de pessoas com idades entre 20 a 39 anos com 165 (18%), o que demonstra um alerta relacionados aos registros da doença nessa população. No campo mecanismo de transmissão destaca-se que a maioria dos casos foi ignorado o tipo, um total de 518 (56%), seguido da via sexual com 164 (18%) e transfusional com 59 (6,4%) dos registros. Os números de casos de transmissão por transfusão sanguínea se mostram preocupantes, haja vista que desde de 1993 passou a vigorar a testagem de todos os doadores. Portanto, a análise dos dados apresentados mostram que o quadro de notificação da hepatite C é incompleto, considerando o quantitativo de dados epidemiológicos ignorados, de modo que a vigilância epidemiológica exerce um importante papel na melhoria da saúde da população através da implementação de medidas de prevenção e controle.