Introdução: A pandemia da COVID-19 foi considerada uma emergência de saúde pública e trouxe consigo maior demanda de pacientes nas unidades de terapia intensiva (UTI) (Barão et al.,2022). Diante disso, houve a necessidade de maior espaço físico, equipamentos e profissionais capacitados, para atender a alta demanda de pacientes que precisavam de assistência, o que resultou em uma extensa jornada de trabalho de toda equipe de enfermagem (Alves et al., 2022). Diante desse cenário, os gestores perceberam a importância de identificar o perfil clínico dos pacientes internados na UTI com vistas de aumentar as chances de prestar uma assistência especializada, holística e centrada na necessidade de cada paciente (Alves et al., 2022). Objetivos: Identificar o perfil clínico de pacientes internados com COVID-19 em uma Unidade de Terapia Intensiva no estado do Maranhão. Metodologia: Pesquisa transversal, com dados secundários de domínio público, coletados a partir das fichas de notificação de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) obtidas pelo sistema SIVEP Gripe, no período de 2020 e 2022. Nesse período foram notificados 40.523 casos de SRAG por COVID-19 no Maranhão, dos quais 11.523 estavam internados em UTI e foram incluídos na amostra. Resultados: Entre os casos notificados, 45,2% tinham fatores de risco para a COVID-19 tais como: doença cardiovascular crônica (30,6%), diabetes mellitus (24,9%) e obesidade (5,2%). No que diz respeito aos sinais e sintomas, os mais frequentes foram: dispneia (76,9%), desconforto respiratório (58,4%) e saturação de oxigênio menor que 95% (51%). Os critérios de encerramento foram: laboratorial (65,7%), clínico (12,6%), clínico epidemiológico (9,1%) e clínico-imagem (6,1%). Quanto a evolução dos casos, 56,4% foram a óbito devido a SRAG por COVID-19, 33,9% foram curados e 1,4% foram a óbito por outras causas. Considerações finais: Conhecer o perfil clínico de pacientes que necessitam de internação na área hospitalar, especialmente na UTI, corrobora na melhor organização e estruturação do serviço, visto que, as informações são direcionadas para novas pesquisas e melhores condutas e protocolos de atendimento a essa população o que contribui para a construção de gestão de enfermagem mais direcionado às necessidades do setor. Além disso, pode diminuir a extensa carga horária dos profissionais de enfermagem, já que os dados coletados podem servir como parâmetro para avaliação da demanda hospitalar.