Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PESSOAS AFETADAS PELA HANSENÍASE PÓS-ALTA ATENDIDAS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA
Relatoria:
CIBELLY NUNES FORTUNATO
Autores:
- Maria Eliane Moreira Freire
- Claudiene Rodrigues Ramalho De Medeiros Gomes
- Gilberto Costa Teodózio
- Kariny Gardenya Barbosa Lisboa de Mélo
- Rebecca de Brito Ribeiro de Moraes Andrade
- Clephany Hielyda de Souza Pereira Meireles
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, caracterizada por seu alto potencial incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas afetadas por ela, ao causar sequelas marcantes mesmo na condição de curados. Objetivo: Descrever o perfil clínico-epidemiológico de pessoas afetadas pela hanseníase pós-alta atendidas em um hospital de referência na Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, realizado em um hospital de referência na Paraíba, Brasil, entre maio e agosto de 2021. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa, sob Parecer nº 4.663.032. Resultados: A amostra foi composta de 131 participantes, com predomínio do sexo masculino (65,6%), faixa etária entre 41 e 60 anos (55%) e ensino fundamental incompleto (56,5%). A maioria sobrevive com apenas um salário mínimo mensal (67,9%) e dependem apenas de aposentadoria ou auxílio-doença (39,7%). Quanto aos aspectos clínicos, a classificação operacional tratada predominante foi a multibacilar (95,4%), que em determinado momento desenvolveu algum tipo de grau incapacidade física (78,6%). Destes, mais da metade apresentou grau de incapacidade física 1 (51,1%). No tocante aos casos mais comprometidos, observou-se a prevalência de casos com algum tipo de reação hansênica (74%) e neuropatia inflamatória (neurite) nos entrevistados (64,1%). Considerações Finais: Torna-se imprescindível evidenciar aspectos relacionados ao perfil clínico-epidemiológico de um grupo populacional condicionante à situação de vulnerabilidade social. Sobretudo com vistas a identificar aspectos relacionados aos agravos e traçar propostas resolutivas e eficazes com o objetivo de amenizar danos e solucionar problemas enfrentados na assistência direta a essa clientela. Embora tenha tratamento e cura, a problemática da hanseníase não finda após a conclusão da poliquimioterapia. Atentando para essa realidade, torna-se imperativa um cuidado longitudinal e um trabalho interdisciplinar das equipes, sobretudo no período pós-alta. Nessas condições, destaca-se a importância da gestão em enfermagem nos serviços de referência através do gerenciamento, orientações e apoio nos grupos de autocuidado, avaliação de incapacidades, acompanhamento das neuropatias, encaminhamento para reabilitação dermato funcional e em casos extremos reabilitação cirúrgica.