Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
EXPERIÊNCIAS DE MULHERES NEGRAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.
Relatoria:
Joana Pereira Medeiros do Nascimento
Autores:
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) está designando como maus tratos e abusos na assistência à saúde, todas as situações que envolvem abuso verbal, abuso físico, psicológico, sexual, negligência, desrespeito, descaso e que geram insatisfação nas mulheres com a sua própria experiência e com o atendimento prestado no ciclo gravídico-puerperal. Objetivo: Identificar na literatura científica as experiências de mulheres negras vítimas de violência obstétrica. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Integrativa, onde os dados foram coletados por meio das bases PubMed/Medline, LILACS e BDENF, por meio dos descritores: “Violência Obstétrica”; “mulheres negras”; “enfermagem obstétrica”; “Obstetric violence”; “racismo institucional”, intercalados pelos booleanos “AND” e “OR”. Foram utilizados como critérios de exclusão artigos que não se enquadram na temática do trabalho estabelecido e em critérios de inclusão, artigos publicados entre os anos de 2018 a 2023, sendo selecionados 27 artigos na íntegra. Resultados: identificou-se não assistência prestada às mulheres, em especial as mulheres negras, negligência por parte dos profissionais, pelas formas de violência verbal e física. Violência obstétrica foi reportada por 46,7% das mulheres e associada a ausência do companheiro, ao parto em posição litotômica, a realização da manobra de Kristeller e a separação precoce do bebê após o parto. Predominaram nos relatos de violência obstétrica: intervenção não consentida/ aceita com informações parciais; cuidado indigno/ abuso verbal; abuso físico; cuidado não confidencial/privativo e descriminação. Considerações finais: Os resultados apontam para uma maior vulnerabilidade de mulheres negras e invisibilidade, que estão mais suscetíveis a sofrer racismo e a (não) assistência em decorrência do racismo institucional instalado na sociedade. Observou-se também a reprodução do racismo por meio dos profissionais, onde tem o dever de promover a saúde em sua integralidade, sendo indispensáveis para desconstrução de técnicas que estão ultrapassadas e causam danos ao binômio mãe e bebê.