Introdução: A Doença Renal Crônica caracteriza-se pela perda progressiva e irreversível da função renal, acumulando resíduos tóxicos no sangue. A população idosa possui maior risco de ser acometida por problemas renais, por causa processo fisiológico de envelhecimento renal e pela maior predisposição para adquirir doenças crônicas não-transmissíveis. Os pacientes que evoluem para a Doença Renal Crônica Terminal necessitam constantemente de Terapia Renal Substitutiva. A Hemodiálise é a mais comum, consistindo na substituição temporária da função renal. Assim, os pacientes necessitam adequar sua rotina para o tratamento obter melhores resultados. Entretanto, isso pode acarretar numa série de alterações biopsicossociais, pois a Hemodiálise impõe várias limitações. Além disso, o idoso já é acometido por redução das capacidades funcionais em virtude do processo de envelhecimento. Nesse sentido, observa-se um impacto negativo na qualidade de vida dessa população. Objetivo: Relatar a experiência de um discente de enfermagem durante a coleta de dados para a confecção de um Trabalho de Conclusão de Curso. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, desenvolvido por um discente de enfermagem a partir da observação de respostas verbais e não-verbais durante a coleta de dados para a confecção de um Trabalho de Conclusão de Curso, em uma clínica especializada em nefrologia, no interior do Piauí, de Julho a Agosto de 2022. A amostra final resultou em 37 participantes, onde estes foram submetidos a uma entrevista com perguntas de um formulário criado pelo pesquisador. Resultados: Observou-se durante as entrevistas que a maioria dos participantes demonstravam tristeza e desesperança e infelicidade com a perda da autonomia, e com mudança do cotidiano (relações interpessoais) em virtude do tratamento. Também relataram frustração em razão de não conseguir realizar alguns cuidados. Considerações finais: Nesse contexto, é possível notar que os pacientes idosos que realizam Hemodiálise tendem a ser mais afetados nas esferas biopsicossociais, tanto pelo processo de envelhecimento, quanto pela alteração do cotidiano imposta pelo tratamento. Isso pode resultar em não-adesão, mais complicações e mais intervenções/hospitalizações desses pacientes. Dessa forma, faz-se necessário que a equipe de enfermagem direcione ações específicas de educação em saúde para essa população, visando contribuir com a melhoria da qualidade de vida desses pacientes.