Introdução: O avanço dos meios digitais de comunicação levou os jovens a utilizarem a tecnologia como forma de interação, tornando-se um meio para a prática da Violência entre Parceiros Íntimos (VPI), que ocorre em relações afetivas ou sexuais. Essa forma de violência é frequente na população jovem e tem efeitos prejudiciais para as vítimas e agressores. Para compreender as possibilidades de enfrentamento da ciberviolência entre parceiros íntimos jovens, faz-se necessário conhecer as características dessa problemática. Objetivo: Analisar a produção científica produzida sobre as características da ciberviolência entre parceiros íntimos jovens. Método: Revisão de escopo realizada nas bases de dados PUBMED, CINAHL, Scopus e PsycINFO. Foram selecionados estudos primários, empíricos, quantitativos e qualitativos. A análise se deu à luz da categoria gênero. Resultados e Discussão: Foram selecionados 21 artigos publicados entre 2019 e 2022 no idioma inglês. Em relação à base de dados, oito foram publicados na Scopus, seis na CINAHL, cinco na PUBMED, e dois na Psyc INFO. Quanto ao delineamento metodológico, 16 artigos eram quantitativos, três eram qualitativos e dois adotaram métodos mistos. A análise dos artigos mostrou que a VPI é uma realidade para adolescentes e adultos jovens, independentemente do sexo, em países como a Espanha, Canadá, Indonésia, Jordânia, Reino Unido, Estados Unidos e Austrália. Esse fenômeno tem uma grande magnitude e abrange diferentes formas de violência tanto na perpetração quanto na vivência. Embora haja diferenças de gênero nos tipos de violência experimentados e perpetrados, homens e mulheres são afetados por esse problema. Apesar das graves consequências da ciberviolência para a saúde dos jovens, o assunto ainda é abordado de forma limitada no setor de saúde, geralmente sendo considerado uma questão de segurança pública e justiça. Considerações Finais: A ciberviolência pode ocorrer em relacionamentos íntimos ou sexuais, envolvendo comportamentos de controle, agressão, abuso sexual baseado em imagens e assédio. As ferramentas digitais reproduzem e ampliam estereótipos de gênero, com impactos físicos, psicológicos e econômicos. Por isso, a categoria gênero desempenha papel importante na análise do fenômeno. Este estudo destaca a necessidade de ações de saúde focadas nos jovens, incluindo a ciberviolência como um aspecto a ser abordado, visando mitigar os impactos negativos dessa violência em suas vidas.