A saúde mental no Brasil, vem passando por transformações, impactadas pela Reforma Psiquiátrica. Nesse contexto, destaca-se que a relação estabelecida entre profissional de enfermagem e paciente no processo de cuidar viabiliza a prestação da assistência qualificada. O bjetivo geral: Analisar a produção do cuidado de enfermagem às pessoas em sofrimento psíquico atendidas em um hospital geral na perspectiva da corresponsabilidade e integralidade. Metodologia: estudo qualitativo, exploratório, realizado no Hospital Municipal de Serrinha-BA. Participantes: 15 técnicos de enfermagem e 12 enfermeiros que atuam nos setores de enfermaria, urgência e emergência, totalizando 27 participantes. Técnicas de coleta de dados: entrevista semiestruturada, análise documental e observação participante. A análise dos dados: análise de conteúdo, apoiada pelo software Iramuteq. Todos os participantes relataram já ter realizado atendimento a paciente em sofrimento psíquico, a maioria atua tanto na enfermaria quanto no setor de urgência e emergência, houve predominância do gênero feminino, com idade entre 24 anos a 54 anos, o tempo de atuação no serviço variou de 6 meses a 18 anos. Nenhum profissional tem especialidade em saúde mental. Resultados: os cuidados de enfermagem a pessoa em sofrimento psíquico no setor de urgência e emergência descritos são procedimentos clínicos, rotineiros e exclusivamente técnicos. Na enfermaria clínica, em poucas situações houve interconsulta. A percepção da equipe de enfermagem quanto à integralidade do cuidado, foi entendido como a dimensão que compreende o sujeito em sua totalidade e destacando o papel da enfermagem. Na corresponsabilidade, foi considerado o processo de encaminhamento, que na observação participativa, revelou uma transferência de responsabilidade para serviços especializados. Foram observadas resistências na assistência a paciente em sofrimento psíquico no hospital, sendo justificada pela falta de uma equipe especializada, insegurança, medo, estrutura inadequada, logística da demanda de trabalho, falta de segurança no serviço, estigma, falta de educação permanente referente às emergências psiquiátricas e dificuldade de aceitação por parte de alguns profissionais para atender estes pacientes. Considerações finais: constatou-se a necessidade de trabalhar temáticas ligadas à saúde mental, com a finalidade de capacitar a equipe para uma assistência mais qualificada, livre de preconceitos e estigmas.