Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
PERSPECTIVAS DE TRABALHADORES RURAIS DO NORTE DO PARANÁ ACERCA DA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Relatoria:
Aline Amenencia de Souza
Autores:
- André Inácio da Silva
- Felipe Fabbri
- Beatris Truzzi Silva
- Orlando Cesar Barbeiro Junior
- Simone Aparecida Galerani Mossini
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: Ampliar o acesso a saúde à população rural, é uma demanda urgente para a Saúde Coletiva. Esta população vive em maior vulnerabilidade para a exposição a substâncias químicas como, os agrotóxicos, que atualmente, devido à uma regulamentação flexível, são amplamente usados na agricultura, fazendo com que o Brasil ocupe o primeiro lugar no ranking de consumo. E apesar de sua larga utilização no meio rural, o conhecimento da população acerca desses produtos ainda é insuficiente. O que resulta em muitos casos de intoxicações agudas e crônicas, ocasionadas devido a deficiências de informações, de ações de precaução, e de falhas na assistência à saúde. Os profissionais da Atenção Básica (AB) devem promover ações com foco na prevenção, identificação de fatores de risco e intervenção em casos de intoxicações. Objetivo: Identificar como se materializa a atuação dos profissionais da AB junto à população rural exposta à agrotóxicos de uma região com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no Paraná. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, transversal, desenvolvido com agricultores de Cafeara, Centenário do Sul e Guaraci, aprovado pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá CAAE nº 65018017.7.0000.0104, parecer nº 5.578.887. Resultados: Realizou-se uma entrevista com aplicação de questionários semiestruturados aos que consentiram participação. A amostra foi constituída de 87 agricultores, dos quais 22,9% reconhecem já terem sofrido intoxicação. Foi evidenciado um número considerável de pessoas que nunca receberam informações adequadas sobre o uso correto de agrotóxicos (39,08%). A maioria (65,5%) declararam terem frequentado a Unidade Básica de Saúde (UBS) no último ano, porém, 77,01% relataram nunca terem sido questionados sobre o uso de agrotóxicos em consultas de saúde. As visitas do Agente Comunitário de Saúde (ACS), configuram-se como uma importante estratégia de promoção ao acesso à saúde, todavia, 39,08% dos agricultores afirmaram não receber visitas domiciliares do ACS. Considerações finais: Os dados obtidos demonstram uma fragilidade importante no processo assistencial de saúde à população de trabalhadores rurais, ressaltando a necessidade de estratégias de qualificação da promoção à saúde no âmbito da AB, e da implementação de políticas públicas de saúde que contribuam para a prevenção, diagnóstico e tratamento de intoxicações por agrotóxicos na população rural.