Este estudo surgiu a partir das experiências vivenciadas na residência multiprofissional, como enfermeira, em uma unidade de saúde do Rio de Janeiro, tendo como objetivos: compreender a visão dos profissionais de saúde acerca dos cuidados paliativos na atenção primária; Identificar as principais concepções dos profissionais de saúde, referente aos cuidados paliativos; Analisar as fragilidades identificadas pelos profissionais de saúde quanto ao conhecimento da equipe acerca dos cuidados paliativos. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado no período de dezembro de 2021 a março de 2023. O cenário foi um Hospital Escola, vinculado a um Instituto de Atenção à Saúde, localizado no município do Rio de Janeiro - RJ. Este fornece serviços no âmbito da Rede de Atenção à Saúde, além das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Os participantes foram 12 profissionais de saúde, sendo 05 enfermeiros, 01 médico, 02 farmacêuticos, 02 psicólogos e 02 assistentes sociais da unidade, tendo como critérios de inclusão: trabalho há mais de 30 dias no cenário do estudo de forma ininterrupta, ser profissional de saúde de uma das categorias já apresentadas. Como critérios de exclusão não foram considerados profissionais de férias ou licenças, com menos de 30 dias de trabalho na unidade e que não sejam profissionais de saúde. A coleta de dados ocorreu no período de junho a dezembro de 2022, tendo como técnica de coleta de dados a entrevista semi-estruturada, sendo a análise de dados realizada através da análise de conteúdo.O estudo respeitou os aspectos éticos vinculados a uma pesquisa com seres humanos, seguindo a Resolução 466/12, tendo aprovação no Comitê de ética em pesquisa - sob o número de parecer: 6.032.954. Como resultados foram identificadas três categorias temáticas, sendo estas: Co-relação cuidados paliativos e terminalidade na ótica dos profissionais de saúde; implementação dos cuidados paliativos na atenção primária; fragilidades dos cuidados paliativos na atenção básica sob a ótica dos profissionais. Sendo assim, os resultados demonstram que a amostra compreende parcialmente a filosofia dos cuidados paliativos, apesar de entender que tais cuidados precisam ser realizados de maneira humana, holística, integrada e com um suporte multiprofissional. Os mesmos ainda veem como uma assistência a ser realizada apenas quando não se tem mais opções de tratamento para alcançar a cura o que não condiz com a definição mais atual da OMS.