As Pessoas com Deficiência enfrentam diversos desafios na sociedade, e quando fazem parte da comunidade quilombola, essa vulnerabilidade pode se potencializar. A combinação desses dois fatores pode gerar barreias de acessibilidade e inclusão aos serviços de saúde. Esse estudo tem o objetivo de analisar o perfil e o acesso ao sistema de saúde das pessoas com deficiência da comunidade quilombola, na Ilha de Maré, em Salvador, na Bahia. Estudo descritivo, transversal, realizado de novembro de 2020 a abril de 2021 em uma comunidade quilombola de Salvador. A pesquisa foi realizada em duas etapas: 1º Autorização da Secretaria de Saúde e treinamento de alunos de graduação, via Google Meet, referente a aplicação do instrumento de coleta de dados; 2º Aplicação do Instrumento de Identificação das Pessoas com Deficiência, de forma presencial. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Bahia. Participaram 30 pessoas, a maioria do sexo feminino (65,52%), casada (41,38), com cor de pele preta (51,72%) e a renda familiar variando entre 1 e 2 salários mínimo (55,17%). O tipo de deficiência mais prevalente foi a visual (58,62%), de origem adquirida (72,41%) e a principal causa foi o glaucoma (24,14%). No que se refere ao acesso aos serviços de saúde, a maioria não frequenta serviço de reabilitação (82,76%) e não procuram outros serviços de saúde (82,76%). Os principais motivos da procura dos serviços de saúde foram rotina e emergência (48,28%). A principal dificuldade de acesso aos serviços de saúde foi transporte (51,72%) seguida da locomoção (31,03%). Pôde-se observar que existe dificuldade no acesso aos sistemas de saúde por parte do público deficiente de comunidade quilombola e que são necessários políticas públicas para melhorar a acessibilidade.