A Atenção Primária à Saúde (APS) compõe a linha de cuidados primários oferecido à família e comunidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e caracteriza-se pela atuação de uma equipe multiprofissional com atribuições específicas no processo de trabalho. O presente estudo tem como objetivo desvelar as condições do processo de trabalho de enfermeiros atuantes na APS. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, em que o levantamento de dados foi realizado pela Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), através do cruzamento dos descritores “processo de trabalho”, “enfermeiros”, “atenção primária à saúde”, usando o operador booleano AND. Foram incluídos os estudos que atendiam ao objeto da pesquisa, publicados nos últimos cinco anos, em língua portuguesa, inglesa ou espanhola. Como critério de exclusão estabeleceu-se toda a literatura cinzenta. A amostra foi composta por quatro artigos que foram analisados mediante leitura criteriosa. Os resultados apontaram fatores que favorecem e dificultam o processo de trabalho de enfermeiros na APS. Quanto aos fatores que favorecem, observou-se, principalmente: o trabalho em conjunto com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e o vínculo estabelecido com a comunidade. Já em relação aos fatores que dificultam o processo de trabalho, estão: demanda espontânea alta, escassez de recursos humanos, sobrecarga de atividades e limitação das características físico-estruturais da unidade de saúde. Observou-se também que tais dificuldades corroboram para o esgotamento do enfermeiro, reduzindo a satisfação laboral e fragilizando o desenvolvimento das ações de saúde. Sendo assim, é importante refletirmos sobre as condições de trabalho oferecidas aos profissionais de saúde, não só nos aspectos remunerativos, mas também na adequação de espaços e condições para atender as demandas de saúde. Além disso, é primordial a inserção de gestores qualificados na APS para que possam promover novas estratégias para o cuidado em saúde e trabalho em equipe.