INTRODUÇÃO: As Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPA 24H) são serviços de saúde de nível intermediário, localizadas entre as unidades básicas de saúde, saúde da família e atenção terciária. Embora sejam essenciais para a saúde da população, as UPA 24h sofrem com a sobrecarga, devido a inúmeros fatores, tais como: demanda excessiva, problemas nas redes de atenção à saúde, escassez e desajustes no dimensionamento de recursos humanos e materiais, alto índice de violência, acidentes de trânsito, etc. Visando conhecer o perfil dos pacientes da UPA 24h, elencar dados para decisões mais eficazes dos gestores, possibilitando assim estratégias para evitar superlotação do serviço, este estudo tem como questão norteadora: qual o perfil dos pacientes que procuram atendimento da UPA 24h? OBJETIVO: Descrever o perfil de pacientes Classificados pelo Sistema de Triagem de Manchester (SMCR) atendidos em um UPA 24h. MÉTODO: Estudo transversal retrospectivo de abordagem quantitativa, no qual foram analisados os registros da Classificação de Risco no prontuário eletrônico dos pacientes atendidos em uma UPA 24h, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022. Este estudo seguiu as diretrizes Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE). Foram incluídos todos os atendimentos à pacientes classificados pelo SMCR na UPA 24h. RESULTADOS: Foram analisados 72.482 atendimentos, destes 5208 pacientes não aguardaram primeiro atendimento (7,2%). A maioria (54%) foram pacientes do sexo masculino e com idade entre 25 e 30 anos (9.710–13,2%), seguida da faixa etária acima de 65 anos (9.613–13,1%). A maioria dos pacientes (59.976-81,7%) residiam em Belo Horizonte. A especialidade mais atendida foi a clínica médica (60.030-87,2%). Identificou-se prevalência de pacientes classificados com a cor verde – pouco urgente (58.940-81,3%). A “cefaleia” (13.042–18,5%) foi o fluxograma mais utilizado para pacientes classificados como pouco urgente (verde). Considerações Finais: A alta demanda de pacientes pouco urgentes faz alargar o tempo de espera, que pode contribuir para agravamento do quadro clínico ou mesmo o retorno para casa sem que o problema de saúde seja resolvido. Este estudo contribuiu para estabelecer o perfil dos pacientes atendidos em uma UPA 24h, para execução de ações efetivas e eficientes, com respaldo epidemiológico para a resolução deste desafio recorrente no Sistema Único de Saúde.