Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
EXPERIÊNCIA DE ENFERMEIRAS OBSTETRAS NO APOIO ÀS MULHERES DIANTE DA MORTE FETAL
Relatoria:
Mykaelle Almeida Salgado
Autores:
- Gilvânia Patrícia do Nascimento Paixão
- Rejane Cristiany Lins de França Pereira
- Aloysia Graça Costa Unfried
- Selma Viana Lessa
- Rudval Souza da Silva
Modalidade:
Pôster
Área:
Tecnologia, empreendedorismo e inovação no cuidado em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A gestação é um evento único e especial na vida da mulher, vista quase sempre como sinônimo de uma vida, todavia, quando há o diagnóstico de morte fetal, em que todas as expectativas são frustradas e o nascimento não ocorre, o óbito fetal costuma gerar marcas traumáticas na vida da família que vivencia a situação de luto. No contexto hospitalar, os profissionais de enfermagem são aqueles que estão constantemente prestando os cuidados às mulheres que enfrentam o luto, porém nem sempre estes profissionais estão preparados para fornecer o devido suporte e/ou sabem lidar com a situação. Este estudo buscou desvelar a experiência de enfermeiras obstétricas no apoio às mulheres diante do diagnóstico de óbito fetal. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo de abordagem qualitativa em um hospital de referência materno-infantil com 11 enfermeiras obstetras. Foi usada a entrevista semiestruturada para a coleta dos dados, os quais foram organizados e analisados utilizando o método de Análise de Conteúdo do Tipo Temática. A partir da análise emergiram três categorias: dificuldade em lidar com a morte fetal; lacuna na formação sobre cuidados paliativos perinatais; e comunicação compassiva diante do óbito fetal. Abordar a perda fetal é uma tarefa delicada e, muitas vezes, o profissional se sente fragilizado por não aceitar ou não saber lidar com este processo. O manejo durante a assistência a uma família enlutada, é desafiador para os profissionais da saúde, que sentem a falta da abordagem dessa temática durante a formação. Saber como deverá comunicar a perda, respeitar e acolher os familiares são atributos essenciais, a fim de proporcionar um cuidado humanizado a estas famílias, entretanto, por vezes, a ambiência torna-se um dos principais fatores dificultadores durante a assistência. Conclui-se que a experiência de enfermeiras obstétricas é transpassada por sobrecarga emocional que envolve o despreparo profissional em lidar com a perda e com as demandas da família enlutada, lacuna na formação das profissionais para lidar com temas delicados como o luto e morte, além de fatores dificultadores na assistência. Essas questões demonstram a relevância da atenção ao profissional, tornando imprescindível o cuidado para estes que vivenciam, diariamente, a perda de pacientes no ambiente de trabalho, causando um acúmulo de sentimentos reprimidos e que dificultam a assistência a estas mulheres.