Na assistência à saúde, o enfermeiro é profissional essencial nos níveis de saúde na perspectiva de prestar assistência à população, incluindo as Pessoas com Deficiência. Nas relações com esta população, a assistência é prejudicada quando há falta de preparo dos profissionais para atender necessidades específicas, gerando dificuldades do paciente na apresentação de dúvidas, queixas e inquietações. Assim, o objetivo foi analisar características dos enfermeiros para atendimento às pessoas com deficiência. Trata-se de estudo descritivo realizado no período de outubro de 2022 a fevereiro de 2023 em instituições de saúde de doze municípios do interior do estado do Ceará. A amostra foi de 84 Enfermeiros. Estes responderam a questionário elaborado especificamente para caracterização desta população. A análise dos dados foi por meio de frequência absoluta, relativa e testes estatísticos: teste U de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Os aspectos éticos foram respeitados. Foram mais frequentes, 26 (31,3%), de idade entre 23 e 26 anos; 71 (84,5%) sexo feminino; 60 (71,4%) autodeclararam serem pretos ou pardos. Da amostra, 47 (56%) eram especialistas; 44 (53%) cursaram a graduação em instituições privadas de ensino superior; e 52 (62,7%) prestavam assistência em unidades de atenção primária à saúde. Quanto ao contato com a temática de pessoas com deficiência, 46 (54,8%) declararam que não cursaram disciplinas que abordassem o tema e apenas 4 (4,8%) participaram de grupo de pesquisa ou extensão na temática. Quanto a realização de cursos de formação continuada, 23 (27,4%) relataram ter realizado curso que abordasse o tema de pessoa com deficiência, dos quais 16 (64%) relataram terem cursos com carga horária entre 30 e 120 horas. É importante ressaltar que a formação do enfermeiro demanda habilidades e competências específicas em que as instituições de Ensino devem garantir aporte teórico e prático necessários para exercício da profissão. A falta de formação durante a graduação sobre a temática de cuidados a pessoas com deficiência demonstra necessidade de aprimoramento na formação dos profissionais de enfermagem. Percebe-se a importância de haver investimento na graduação e em educação continuada para melhor aprofundamento em especificidades sobre a temática, como também, difusão de melhores práticas no cuidado a esta população, ressaltando a importância do profissional enfermeiro como prestador de cuidado na qualidade de vida dos pacientes.