A clínica ampliada, uma das diretrizes propostas pela Política Nacional de Humanização, é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, considera a singularidade do sujeito, bem como a complexidade do processo saúde/doença. No intuito de qualificar o modo de se fazer saúde, esse método aumenta a autonomia do usuário, bem como o desvincula do caráter biologicista que o movimento contemporâneo da saúde procura se desvencilhar, uma vez que, como também proposto na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta, deve-se enxergar o ser humano como ser individual, não restrito a existência de uma doença, mas inserido em uma comunidade, com suas especificidades. Dessa forma, este trabalho objetiva relatar a experiência de consultas de enfermagem com a aplicação do conceito de clínica ampliada. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado a partir da vivência de discentes de um curso de enfermagem em Campina Grande/Paraíba, em aulas práticas da disciplina de Saúde do Adulto I, supervisionadas pela Professora/Enfermeira, em serviços da atenção básica e hospitalares do mesmo município, no primeiro semestre de 2023. O método foi aplicado através de escuta ativa aos clientes, sucedendo a criação de vínculo que permitiu maior humanização na relação paciente/profissional, de modo que as necessidades do indivíduo fossem compreendidas e para além disso, que as decisões quanto ao seu próprio processo de cura e cuidado fossem compartilhadas, reforçando a autonomia e a saúde deste usuário. Criou-se ainda, um espaço onde não se trata apenas a doença, mas que serve para a prevenção e orientações. Portanto, conclui-se que a clínica ampliada leva mais qualidade de vida para o usuário, sua família e comunidade ao dar a estes, o protagonismo das ações no que cerne a sua própria saúde.