Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
CHEMSEX ENTRE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS NO CONTEXTO DA CRISE SANITÁRIA DE MPOX NO BRASIL
Relatoria:
GUILHERME REIS DE SANTANA SANTOS
Autores:
- Lays Jane Nascimento Dantas
- Álvaro Francisco Lopes de Sousa
- Anderson Reis de Sousa
- Caíque Jordan Nunes Ribeiro
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: O chemsex é definido como a prática de utilização de drogas psicoativas, geralmente ilícitas, durante práticas sexuais, com o intuito de intensificar, prolongar e melhorar o prazer. Objetivo: Investigar os fatores associados à prática de chemsex entre homens que fazem sexo com homens (HSHs) que vivenciaram a crise de Mpox no Brasil. Método: Estudo transversal e analítico realizado no Brasil durante o período de setembro a dezembro de 2022, por meio de survey eletrônico. As estratégias de recrutamento on-line dos participantes foram a técnica de amostragem em bola de neve e a divulgação em mídias sociais. Foram incluídos homens cisgêneros que tiveram ao menos uma relação com outro homem nos últimos 12 meses, residentes no Brasil. O desfecho deste estudo foi a prática do chemsex (sim/não) autorreferida pelos participantes desde o aparecimento dos primeiros casos de Mpox no país (09 de junho). O modelo de regressão de Poisson foi empregado para estimar as razões de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) dos fatores independentemente associados ao chemsex. Resultados: 1.452 HSHs compuseram a amostra final deste estudo. A prevalência geral do desfecho de interesse foi de 19,42% (n=282). A prática de chemsex foi seis vezes mais frequente entre aqueles que tiveram diagnóstico prévio de Mpox (IC95%:4,73-9,10) e HSHs que praticam bugchasing apresentaram uma prevalência duas vezes maior do desfecho (IC95%:1.31-3.16). Além disso, conhecer alguém próximo que tenha sido diagnosticado com Mpox (RPa:1,66; IC95%:1,33-2,07); utilizar sauna (RPa:1,58; IC95%:1,28-1,93) ou apps (RPa:1,32; IC95%:1,12-1,55) para procurar sexo; praticar sexo sem preservativo (RPa:1,43; IC95%: 1,01-2,03); ter mantido atividade sexual casual após a emergência da Mpox (RPa:1,31; IC95%:1,02-1,67) e ter tido contato íntimo com pessoa diagnosticada com Mpox (RPa:1,31; IC95%:1,01-1,70) estiveram associados a maiores frequências de chemsex. Por outro lado, possuir alguma religião (RPa:0,80; IC95%:0,67-0,97) e ser adulto jovem (RPa:0,75; IC95%:0,64-0,89) estiveram relacionados a uma menor prevalência do desfecho. Conclusão: O conhecimento das práticas que aumentam a vulnerabilidade de populações específicas dentro de um contexto de crise sanitária é fundamental para o planejamento de políticas públicas, ações e serviços mais focados na promoção da saúde sexual e na redução de danos e estigmas.