Introdução: Referenciais teóricos em pesquisas de enfermagem melhoram a compreensão de experiências humanas no processo saúde-doença. O Modelo Adaptativo de Roy (MAR) considera a adaptação como resposta cognitiva e comportamental frente aos estímulos que mantém ou provocam saúde ou doença. Nesse sentido, emerge a necessidade compreender o processo de adoecimento mental, apontado como múltiplo e complexo, e remetido como um desfecho à não adaptação ao estresse. Objetivo: Discutir o uso do Modelo Adaptativo de Roy no campo de pesquisas da enfermagem em saúde mental. Método: Revisão narrativa, desenvolvida no período de abril a maio de 2023, conduzida de forma não sistemática nas bases da PubMed, BENDF e BVS, a partir dos termos-chave “mental health and nursing theory or nursing model or model or theory and roy adaptation model”. O banco de dados e as discussões foram complementadas com materiais indicados por especialistas que conduziram a disciplina de Estudos Avançados em Enfermagem coordenada pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará conjuntamente com a Rede de Pesquisa em Processo de Enfermagem (RePPE). Esses materiais foram lidos, categorizados e analisados criticamente. Resultados: O processo adaptativo é condição essencial para uma resposta positiva da interação com o meio, compreendido a partir de quatros modos adaptativos: fisiológico, autoconceito, desempenho de papel e interdependência. Esses pressupostos colaboram para o entendimento dos transtornos e da saúde mental ao evocar a compreensão do indivíduo como um sistema adaptativo, inserido no ambiente que envolve condições, circunstâncias e influências que afetam o estado de saúde. Frente ao MAR, a enfermagem visa promover a adaptação desse sistema no seu processo de cuidado integral. No entanto, predominam estudos em especialidades da enfermagem em cardiologia, nefrologia, estomaterapia e outros. No âmbito da saúde mental, os poucos estudos são internacionais, mas contam como vantagem o cuidado holístico e eficaz, ao melhorar o potencial de respostas adaptativas e integridade biopsicossocial. Considerações finais: O desenvolvimento do conhecimento em enfermagem ganha robustez quando compreende, elucida e propõe pesquisas mediadas por um referencial teórico de enfermagem. O modelo apresenta constructos que fortalecem as discussões necessárias para os múltiplos contextos no campo da enfermagem em saúde mental, mas necessita ser explorado no âmbito nacional.