Introdução: A Tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que atinge a cavidade pulmonar e que em algumas situações, também, pode afetar outras regiões do organismo. A partir disso, vários mecanismos são aplicados para impedir a infecção em indivíduos, contudo existem populações que por situações socioeconômicas e de trabalho são mais vulneráveis a essa enfermidade e estão na lista de prioridades ao controle da doença. Objetivo: Analisar a situação epidemiológica das populações vulneráveis com diagnóstico TB nos períodos pré–pandêmicos (2017-2019) e pós (2020-2022) nos municípios da Ilha do Marajó. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa realizada por meio da análise de dados oriundos das fichas de notificação de TB na Ilha do Marajó, que foram disponibilizadas pela Secretaria de Estado da Saúde Pública do Pará (SESPA). Os dados coletados foram os campos de população vulnerável, municípios de residência e situação de encerramento de todos os pacientes diagnosticados com TB residentes nos dezesseis municípios do arquipélago. A análise de dados foi pelo Microsoft Excel Software 2019. Resultados: O maior quantitativo de casos de TB ocorreu nos anos pós-pandêmicos sendo alcançados 36 ocorrências, diferente dos anos que antecederam a pandemia do COVID-19 com 26 notificações. A população com maior índice de infecção ao longo dos seis anos (2017-2022) foi a de privada de liberdade (PPL) (52; 77,61%) sendo o seu quantitativo maior concentrado no município de Breves, seguidas por situação de rua (09;13,43%) estando presente em somente quatro municípios, Melgaço, Muaná, Portel e Soure. Por fim o grupo de profissionais de saúde (06; 8,96%) teve seu maior índice nos municípios de Melgaço e Muaná. Não houve nenhum caso notificado para o grupo de imigrantes. Ademais, a PPL teve um registro de apenas 40 casos (77%) com situação de encerramento, sendo 23 (57,50%) atingindo a cura, ao contrário da comunidade em situação de rua que possui somente 02 registros (50%), sendo uma cura e uma transferência e, por fim o grupo de profissionais de saúde apresenta apenas quatro registros, três curas e somente uma transferência. Considerações finais: Portanto é perceptível que a pandemia do Coronavírus alterou os índices epidemiológicos de TB nas comunidades vulneráveis, sendo essencial estudos para visualização dos impactos causados pela COVID-19 e, a partir disso, desenvolver estratégias para o combate da tuberculose em populações suscetíveis a infecção.