A saúde ambiental é determinante da saúde das populações, estando atrelada aos diversos serviços de atenção prestados nos estabelecimentos de saúde. Nesse contexto, o conhecimento relacionado às questões ambientais, proporcionam a reflexão acerca do compromisso socioambiental e a construção do pensamento voltado a aplicações práticas visando o bem-estar social. A discussão desses aspectos mostram-se essenciais à formação e qualificação da equipe de saúde, que são o ponto de partida para a conscientização social acerca dos diferentes aspectos ambientais em que a população está inserida. O presente estudo objetivou identificar e compreender os impasses da atuação da equipe Estratégia de Saúde da Família (ESF) no contexto da saúde ambiental e os desafios para sua implementação. Trata-se de um relato de experiência, realizado por meio de uma captação de realidade, através de uma conduta observacional em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na cidade de Pau dos Ferros-RN, localizada a 410 km da capital do estado, Natal. O Estudo é proveniente do componente curricular Enfermagem em Saúde Ambiental, ofertado no curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Campus Avançado de Pau dos Ferros/RN. A partir desse estudo foi possível observar entraves em relação à biossegurança pela falta de materiais e estrutura adequada. Essa realidade dificulta a atuação da equipe de ESF, pois aumenta os riscos de contaminação na unidade. Outra problemática observada é a má articulação intersetorial que mostra-se como um dos principais fatores que impossibilitam a atuação efetiva da equipe no âmbito da saúde ambiental. Sendo assim, é possível evidenciar a necessidade de estruturar as unidades de saúde de acordo com os critérios de biossegurança e o incentivo da intersetorialidade para compreender as capacidades e possibilidades frente às problemáticas socioambientais em que atuam. Considerando tais prerrogativas, observou-se que a carência nos padrões de biossegurança e a má relação entre setores prejudica a realização de ações em saúde ambiental, evidenciando sua negligência no contexto da ESF. Nessa perspectiva, a saúde ambiental não é utilizada como ferramenta de prevenção e promoção de saúde da população, fazendo com que o perfil de adoecimento não seja avaliado de forma integral. Desta forma, tem-se a necessidade de uma formação profissional humanitária voltada à perspectiva de identificar e sanar as fragilidades do ambiente em que está inserido.