O cuidado à saúde de pessoas transgênero ainda é pouco discutido nos espaços de formação em saúde, o que pode reverberar em condutas violentas, exclusões, preconceitos, discriminação e adoecimentos. O processo de enfermagem quando aplicado à função pedagógica e educacional pode se tornar uma importante ferramenta para a implementação de ações de educação permanente. Objetivou-se descrever as ações de educação permanente com base nas necessidades educacionais de profissionais da saúde. Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, das ações desenvolvidas por discentes e docentes em um projeto extensionista de uma universidade do sul da Bahia, entre fevereiro e abril de 2022, com base no Processo de Enfermagem Educacional. A coleta de dados foi realizada a partir dos registros de observação participante e análise documental dos materiais desenvolvidos, a fim de descrever as ações. De acordo com um modelo de elaboração de projetos de educação em saúde baseado no Processo de Enfermagem, a equipe sistematizou as necessidades educacionais de profissionais da saúde, a partir de observações realizadas nos serviços e estudos científicos. O diagnóstico educacional “Conhecimento comprometido sobre o uso do nome social nos serviços de saúde por pessoas transgênero” foi definido e, desse modo, a ação foi pautada na divulgação ampla de informações e orientação para a prática. Foram produzidas publicações nas redes sociais sobre a importância do respeito ao uso do nome social no Sistema Único de Saúde (SUS) e um material educativo virtual com orientações sobre a garantia do direito e sua inserção no cartão do SUS, além da importância do acolhimento e humanização da prestação de serviços desse segmento populacional. Além disso, foi promovido um evento virtual para o lançamento do material educativo, com participação de inúmeros seguidores. A avaliação das ações foi contínua e processual, a partir de comentários da equipe e de usuários dos serviços nas redes sociais. O respeito ao uso do nome social pelos profissionais de saúde reduz as vulnerabilidades e garante a inclusão das pessoas transgênero em seus processos de cuidados em saúde. É necessária a constante vigilância das ações empreendidas com vistas a identificar lacunas no cuidado. Dessa maneira, o processo de enfermagem educacional se torna uma alternativa para nortear a elaboração e implementação de ações dessa natureza.