Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
PARADA CARDÍACA RELACIONADA À ANESTESIA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE
Relatoria:
Williany Dark Silva Serafim Cortez
Autores:
- Teófilo Augusto Araújo Tiradentes
- Arthur Caus de Morais
- Daniela de Sá Menezes Porto
- Mariana Gobbo Braz
- Leandro Gobbo Braz
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Dissertação
Resumo:
Introdução: Neonatos e lactentes têm maior risco de parada cardíaca (PC) e mortalidade no período perioperatório do que os adultos. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada país varia de 0 a 1, representando os menores e os maiores níveis de desenvolvimento, respectivamente. Objetivo: Avaliou-se a relação entre a incidência mundial de PC relacionada à anestesia, o tempo e o IDH em uma população mista de pacientes pediátricos. Metodologia: Realizou-se uma revisão sistemática (PROSPERO CRD42021229919) com metarregressão e metanálise de estudos observacionais que reportaram a incidência de PC relacionada à anestesia em crianças até 24 horas de pós-operatório. Pesquisou-se nas bases de dados eletrônicos até julho de 2022. Avaliou-se a incidência de PC pelo IDH dos países sendo considerado países em desenvolvimento quando IDH < 0,8 e países desenvolvidos quando IDH >= que 0,8 (IDH < 0,8 versus IDH >= 0,8) e em dois períodos de tempo (pré-2001 versus de 2001-2022). Resultados: Foram incluídos 38 estudos de 23 países com mais de 5 milhões de procedimentos anestésicos. As incidências de PC relacionada à anestesia foram inversamente correlacionadas com o IDH (P < 0,0001) mas não com o tempo (P = 0,82). A incidência de PC em crianças não se modificou nos dois diferentes períodos tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos (P = 0,71 e P = 0,62, respectivamente), porém no período de 2001-2022 foi significativamente maior nos países em desenvolvimento em comparação aos países desenvolvidos (9,6 versus 2,0 por 10.000 procedimentos anestésicos; P < 0,0001). A incidência de PC foi maior em crianças menores de 1 ano de idade do que aquelas maiores ou iguais a 1 ano em países desenvolvidos (10,69 versus 1,48 por 10.000 procedimentos anestésicos; p < 0,0001) e em países em desenvolvimento (36,02 versus 2,86 por 10.000 procedimentos anestésicos; p < 0,0001) no período de 2001-2022. Considerações finais: As incidências de PC relacionada à anestesia em populações pediátricas mistas estão inversamente relacionadas ao IDH e não diminuíram nos últimos 60 anos. A elevada incidência de PC em crianças menores de 1 ano é uma situação alarmante tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. As grandes diferenças entre as incidências de PC em países em desenvolvimento e em desenvolvidos no século atual destacam uma lacuna crescente nos cuidados de segurança em crianças.