INTRODUÇÃO: A vacinação é uma ferramenta de saúde pública fundamental na prevenção e controle de doenças imunopreveníveis, sendo considerada um dos melhores investimentos para os países. No Brasil, já no primeiro ano de vida da criança, é preconizada a administração de oito vacinas, que juntas protegem contra mais de 15 tipos de doenças. É no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) que as ações de imunização são efetivamente realizadas, por meio da disponibilização do imunobiológico no serviço de saúde e o acompanhamento da criança e da família pelas equipes. A visita domiciliar realizada pelo agente comunitário de saúde (ACS) também constitui um importante instrumento de orientação, e deve ser realizada pelo menos uma vez por mês durante os 12 primeiros meses de vida da criança. OBJETIVO: Avaliar a influência da visita domiciliar realizada pelo ACS na situação vacinal de crianças com 12 meses de idade em Teresina (PI). METODOLOGIA: Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, realizado a partir da busca no banco de dados “e-SUS Gestor” da Fundação Municipal de Saúde de Teresina. Foram coletadas informações sobre o número de visitas mensais realizadas pelo ACS por equipe e a proporção de crianças com 12 meses de idade que receberam na APS as vacinas pentavalente e poliomielite inativada em 2022 e no primeiro quadrimestre de 2023. Foi realizado o teste qui-quadrado para avaliar se houve associação significativa entre as duas variáveis. RESULTADOS: Em 21,96% das equipes, houve queda na proporção de crianças vacinadas no primeiro quadrimestre de 2023 em relação ao primeiro quadrimestre do ano anterior. Apenas no segundo quadrimestre de 2022 houve associação significativa entre o número de visitas domiciliares na proporção de vacinação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados não mostraram uma relação significativa entre as visitas domiciliares realizada pelo ACS na proporção de crianças com 12 meses de idade vacinadas com a poliomielite inativada e a pentavalente. O estudo evidenciou a necessidade de fortalecimento das visitas domiciliares realizadas pelos ACS em Teresina, com foco na vacinação das crianças. Cabe aos gestores e demais profissionais da UBS, sobretudo o enfermeiro, que é o supervisor do trabalho do ACS, desenvolver ações estratégicas voltadas à capacitação destes profissionais sobre a importância de manter o cartão de vacinas atualizado. Há a necessidade de novos estudos para se estabelecer relação entre visita domiciliar e cobertura vacinal.