Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
Papel da Enfermagem na garantia da adesão ao esquema de PQT PB em pessoas acometidas com Hanseníase
Relatoria:
Cristiane Cardoso Domingues
Autores:
- WELINGTON GONÇALVES DA SILVA
- DANIEL MARINHO DA COSTA
- XIMENA ILLARRAMENDI
- ANNA MARIA SALES
Modalidade:
Pôster
Área:
Tecnologia, empreendedorismo e inovação no cuidado em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: As pessoas acometidas por hanseníase (MH) com cinco ou menos lesões de pele ou baciloscopia negativa recebem esquema paucibacilar (PB). Até junho 2021 os pacientes recebiam poliquimioterapia (PQT-PB) com dois medicamentos, rifampicina e dapsona. Após a Portaria nº 71/2018 do Ministério da Saúde (MS) que unificou o tratamento (PQT-U), a clofazimina foi incorporada ao esquema PB, mantendo a duração de 6 meses. A proporção de cura de MH entre os casos novos no Brasil é considerada como regular na maioria das UF. As dificuldades de adesão ao tratamento podem estar relacionadas aos vários fatores, mas a inclusão da clofazimina ao esquema e os seus efeitos adversos podem contribuir ao aumento do abandono. Objetivo: Comparar a adesão ao esquema PQT-U/6 meses com a PQT/PB em pacientes diagnosticados com MH em Centro de Referência do MS no Rio de Janeiro. Métodos: Estudo observacional retrospectivo descritivo aprovado pelo Sistema CEP/Conep (CAAE 61064522.8.0000.5248). Foram incluídos dados de pessoas acometidas por MH tratados com esquema PB no Ambulatório Souza Araújo, Fiocruz. Foram comparados dois grupos de pacientes que iniciaram tratamento entre julho de 2019 e junho de 2022 conforme esquema recebido, PQT-U/6 meses e PQT/PB. Detalhes dos casos de abandono foram obtidos a partir dos prontuários. As comparac?o?es foram realizadas utilizando testes na?o parame?tricos, utilizando o programa OpenEpi (https://www.openepi.com/), considerando significativo um p valor menor que 0,05. Resultados: Foram registrados 50 casos novos para esquema PB, 29 receberam PQT/PB e 21, PQT-U/6 meses. Foram similares às características analisadas dos dois grupos: a maioria sexo masculino (52% e 57%, respectivamente), pardos, com escolaridade até o primeiro grau e forma clínica Borderline-Tuberculoide (BT). Três casos (6%) abandonaram o tratamento, um recebeu PQT-U, dois pacientes abandonaram aos 5 meses de tratamento, ambos sem lesões cutâneas na última visita. Os efeitos colaterais foram comumente referidos como causas do abandono do tratamento, mais em apenas um paciente foi confirmado evento adverso.Conclusão: mesmo que uma baixa ocorrência de abandono tenha sido registrada, cada paciente que não se trata completamente pode estar sob risco de desenvolver incapacidade física ou recidiva da doença. A assistência por equipe multidisciplinar, a informação e acolhimento ao paciente, são essenciais para o sucesso no tratamento.