INTRODUÇÃO: No Brasil, são mais de 130 mil novos casos de Papiloma Vírus Humano (HPV) registrados anualmente, responsáveis por 90% de ocorrência do câncer cérvico-uterino, sendo mais prevalentes em mulheres com menores níveis socioeconômicos. Dessa forma, as mulheres quilombolas vivenciam situações de extrema vulnerabilidade social, desigualdades raciais e iniquidades econômica, políticas e de saúde, que dificultam seu acesso aos serviços de saúde, impactando sobretudo física e emocionalmente na saúde dessas mulheres, com diagnóstico positivo para HPV. OBJETIVO: Refletir sobre os sentimentos vivenciados por mulheres quilombolas frente à positividade para HPV. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, do tipo participante, realizado por uma acadêmica de enfermagem do 10° período. Ressalta-se que, tal observação foi extraída de uma pesquisa quantitativa, realizada ente os anos de 2021 a 2023. Para tanto, a realização se deu em 06 comunidades quilombolas, no município de Caxias, no Estado do Maranhão. Ademais, estabeleceu-se contato com essas mulheres, que receberam o diagnóstico positivo para HPV. As observações foram realizadas em ambiente controlado, permitindo o acompanhamento da rotina delas e estabelecendo interações informais para obter conhecimento sobre seus sentimentos em relação a problemática. RESULTADOS: Evidenciou-se uma variedade de sentimentos após receberem o diagnóstico positivo para HPV. Dentre os principais estão, medo e ansiedade; pois o diagnóstico gerou preocupação com a saúde futura e o impacto que poderia ter em seus relacionamentos, vergonha e estigma; algumas mulheres relataram sentir-se envergonhadas pelo estigma associado ao HPV, por ser uma Infecção Sexualmente Transmissível. A infecção causou tristeza e frustração diante das possíveis consequências, como a necessidade de tratamento e acompanhamento médico. Por conseguinte, algumas mulheres expressaram um senso de empoderamento ao enfrentar a infecção, buscando informação e tomando medidas para sua saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As mulheres quilombolas enfrentam uma série de sentimentos após diagnóstico positivo para HPV, potencializados pelas injustiças sociais, econômicas, políticas e de saúde, que podem agravar a situação. Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias de apoio e educação em saúde, específicas para esse grupo, com vistas a qualidade de vida e bem-estar emocional.