Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
CONHECIMENTOS E SENTIMENTOS MATERNOS DIANTE DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA SÍFILIS CONGÊNITA
Relatoria:
LAIS CELESTE MEDEIROS MENDES DA FONSECA
Autores:
- Talia de Souza Fernandes Almeida
- Lise Maria Carvalho Mendes
- Flávia Azevedo Gomes-Sponholz
- Lucila Castanheira Nascimento
- Nayara Gonçalves Barbosa
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: A sífilis congênita é uma infecção adquirida pelo feto através da transmissão vertical por via transplacentária. Tal infecção tem o potencial de afetar diversos órgãos e sistemas do feto em desenvolvimento, provocando danos funcionais, atraso no desenvolvimento e, em casos extremos, a morte fetal. Adicionalmente, o diagnóstico da sífilis congênita possui o potencial de provocar impactos significativos na vivência familiar, sobretudo para a mãe, que pode exprimir sentimentos de tristeza e culpa pela transmissão da infecção, além de ser a principal responsável pela criança durante o período de hospitalização, tratamento e cuidados domiciliares. OBJETIVOS: Identificar os conhecimentos maternos e analisar os sentimentos destas mães diante do diagnóstico e hospitalização da criança para tratamento da sífilis congênita. METODOLOGIA: Estudo descritivo, qualitativo, realizado no ambulatório de Infectologia pediátrica de um Hospital Universitário na Zona da Mata Mineira, no período de maio de 2022 a maio de 2023. No total participaram 12 mães de crianças com sífilis congênita. Foram excluídas as mães adotivas, por não terem vivenciado o diagnóstico durante a gestação/parto. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas, que foram audiogravadas e transcritas na íntegra, posteriormente os dados obtidos foram submetidos à análise temática indutiva. RESULTADOS: Identificou-se um perfil de mulheres jovens, com baixa escolaridade, com ausência de ocupação e baixa renda. A maioria das mulheres conheciam sobre a transmissão sexual da sífilis, no entanto, o conhecimento era escasso acerca da transmissão vertical da infecção. Em relação aos sentimentos destas mulheres diante do diagnóstico de sífilis congênita, observou-se o sentimento de culpa e raiva, sentindo-se responsáveis pela infecção de seus filhos. Durante a internação, as informações recebidas pelos profissionais abordaram predominantemente sobre possíveis sequelas, que até então elas não tinham o conhecimento sobre a gravidade da doença, acarretando preocupação e medo. Ainda, as mães relataram sentir cansaço físico e emocional, durante a hospitalização da criança para o tratamento. CONCLUSÃO: o diagnóstico e tratamento de sífilis congênita apresentaram profundas repercussões emocionais para as mulheres, com a necessidade de uma rede de apoio, acolhimento e orientações adequadas.