Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL NO PERÍODO DE 2018 A 2022
Relatoria:
Anderson Bruno De Jesus Santos Pinheiro
Autores:
- Beatriz dos Santos Coutinho
- Jaine Kareny da Silva Alves
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: Devido ao aumento da expectativa de vida, o processo de envelhecimento populacional torna-se foco de discussão no Brasil e no mundo. De acordo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2060 haverá um crescimento de 173,47% população idosa, e como consequência dessa longevidade surge diversos problemas socias, entre eles a violência contra o idoso, tornando-se um desafio para a saúde pública. OBJETIVO: Descrever a violência contra idosos na região Nordeste do Brasil no período de 2018 a 2022. METODOLOGIA: Estudo descritivo ecológico de série temporal utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN no período de 2018 a 2022, disponíveis no site Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS. A população foi constituída por idosos com idade >= 60 anos. As variáveis selecionadas foram: região de ocorrência, ano de notificação, sexo, raça/cor, escolaridade, local de ocorrência, tipo de violência, agressor, encaminhamento ao setor saúde e evolução do caso. RESULTADOS: De 2018 a 2022 houve registro de 24.623 casos de violência contra o idoso, com aumento de 82,75% dos casos no período. O estado com maior número de registro foi Pernambuco com 10.361 dos casos (42,1%). O ano de 2022 foi o que mais apresentou registro de notificações. Há predominância em pessoas do sexo feminino (15.233;61,86%), pardas (19.698;80,0%) e <= 4 anos de estudo (6.652;27,0%). Observa-se que a violência acontece majoritariamente na própria residência dos idosos (16.529;67,1%). A violência física é a mais frequente (10.750;43,7%), seguida por negligência/abandono (10.333;42,0%), contudo houve aumento de 42,6% e 107,0% destas violências, respectivamente. O maior número de registro de casos de violência foi perpetrado pelos filhos (9.528;38,7%) e pela própria pessoa (3.622; 14,7%). Não houve registro de encaminhamento à setor de saúde e evolução do caso. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A região Nordeste apresentou aumento nas taxas de registro de casos de violência contra idosos, com predominância em pessoas do sexo feminino, pardas e poucos anos de estudo, agredidas e autoagredidas em sua própria residência. Portanto, é necessário que o enfermeiro crie ações conjuntas de prevenção e promoção da saúde direcionadas ao idoso e o seu agressor. A ausência de registro quanto ao destino e evolução do caso, apontam falhas no sistema de referência e contrarreferência, no monitoramento e assistência desses idosos.